10. Halloween

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Guilherme.


Desde o momento em que Rafaela encerrou a história por definitivo, eu não havia me encontrado com ela ainda.
Já se passava quase uma semana e nós não tivemos o mínimo contato possível.
Ela passou a sair mais cedo de casa para ir pra faculdade, evitava me encontrar no campus e até os almoços dela passaram a ser fora da cantina.
Ryan se tornou nosso intermediário, sempre trazendo notícias dela pra mim quando eu perguntava.
A vida sem ela era uma droga, e infelizmente uma droga da qual eu não poderia me curar facilmente.
Eu não achei que poderia mesmo viver sem ela, então quando não aguentei mais ficar longe, decidi me reaproximar.

Na sexta de manhã eu deixei de correr antes da faculdade para poder cortar a grama para o meu pai.
Estava empurrando o aparador sem camisa quando percebi que haviam um par de olhos castanhos me observando do outro lado da cerca.

Estava empurrando o aparador sem camisa quando percebi que haviam um par de olhos castanhos me observando do outro lado da cerca

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Olhei para trás e cerrei os olhos por causa do sol, ela se abaixou e provavelmente ficou sem graça de ser pega no flagra.
Dei uma pausa e resolvi ir até lá pra acabar com isso de uma vez.
Apareci por cima da cerca de um metro e meio e debrucei cruzando os braços sob a madeira olhando pra ela.
Rafaela fingiu estar mexendo nas plantinhas da cerca e não olhou pra mim.
Eu ri e chamei por ela.

— faria mais sentido se tivesse mesmo alguma flor aí.- apontei.

Ela ergueu o olhar pra mim e ficou de pé, nós estávamos cara a cara agora e mesmo com a cerca nos dividindo eu podia sentir meu corpo inteiro se acender só por estar perto dela de novo.

— oi..- ela sorri tímida.

— ta fazendo oque aqui?

— bom, eu moro aqui..Não sei se já sabe..

Eu ri.

— pois é. Estou vendo. Mas acho que vou ter que subir mais a cerca, nunca gostei de vizinhos intrometidos.- brinquei.

Ela riu olhando pra mim e eu me senti mais leve, fazia tempos que não fazíamos isso.
Cocei a barba rala e respirei fundo, estava na hora de falarmos sobre oque estavamos evitando a semana toda.

— será que a gente pode conversar hoje?

— agora?- ela me olha indecisa.

— não precisa ser agora, mas eu gostaria que fosse hoje.

— tudo bem. Nós podemos ir juntos para a faculdade..- sugeriu.

— ta bom. Só vou entrar e tomar um banho. já acabei por aqui.

— okay, vou entrar também. Te espero na rua.

— ta bom.- me virei para guardar o cortador de grama e de repente me dei conta de algo.- ei.. Espera aí, você só está se convidando pra ir comigo porque quer uma carona?

Ela olhou pra mim por cima da cerca e disfarçou.

— claro que não.- falou rindo.

— bobona.- eu ri também.

GeekWhere stories live. Discover now