Um anjo caiu do céu (Degustação)

Capitulo 10

Capítulo 10

Michael

Ela me perguntou o que estava acontecendo, e, pelo visto, estava muito ansiosa também. Será que ela não percebia que o lugar com que eu sonhava sempre não fazia parte de um sonho, mas sim de minhas lembranças, que estavam voltando? Não quis falar para ela, mas, com essa descoberta, eu lembrei que era ela quem brincava comigo naquele lugar. Sempre fora ela. Eu era relacionado àquela família, só não sabia ainda por que nem como, mas sentia que iria descobrir. Não falei nada para Nick, pois queria ver sua foto de quando ela era pequena, então respondi:

― Nick, precisamos falar com seu pai e pedir para ele mostrar o álbum. Preciso ver sua foto de quando era pequena, porque, depois de tudo que sua mãe falou sobre a foto da casa, só me fez ter certeza de uma coisa: não era apenas sonho, e sim lembranças, que eu estava vendo em meus sonhos, Sinto que estou relacionado a esta família de alguma forma, mas que não pertenço a este mundo, pois tudo me parece estranho, como se fosse novidade.

Eu não podia contar para ela que tinha certeza mesmo sem ver sua foto, e continuei dizendo que me sentia muito bem ao seu lado e, o mais estranho, sentia que a conhecia havia muito tempo, apesar de fazer apenas cinco dias que eu estava ali. Falei que sentia também algo muito forte por ela, algo que nunca sentira por ninguém, e perguntei se ela estava me entendendo. Ela me olhou e respondeu que sim, que estava, e que iria ligar para o seu pai assim que acordasse para marcar um almoço com ele, porque o dia seguinte seria feriado e ele não iria trabalhar. Disse-me também que sentia o mesmo por mim e que, apesar do pouco tempo desde que eu surgira na vida dela, mudara sua vida por completo, pois antes ela se sentia sozinha, e hoje, sentia-se uma pessoa melhor e feliz. Falou que sentia algo muito forte por mim e que também não sabia explicar. Eu, entretanto, sabia o que sentia por ela: amor.

Aproximei-me dela, peguei sua mão e a puxei para o meu corpo. Senti-a estremecer. Levantei seu queixo e dei um beijo suave em seus lábios, pois não queria assustá-la, já que ela me parecia muito machucada por alguém que amara. Que lábios macios ela tinha, acho que, em toda minha vida, eu nunca tinha beijado alguém. Valera a pena esse beijo. Nossa, como valera! Tirei meus lábios dos seus e a abracei.

― Nossa, o que está acontecendo comigo?! Estou sentindo algo muito forte por você, não quero que isso acabe nunca! Você é muito especial para mim!

Por um momento, senti que ela estava gostando muito do que estava acontecendo, mas, de repente, ela me empurrou, como se estivesse confusa. Senti medo em seus olhos. Percebi também em seus olhar a sombra de um rapaz que a fizera sofrer muito por amor, mas não era um rapaz de coração bom, então faria qualquer uma sofrer. Não era culpa dela, mas mesmo assim ela se culpava muito. Falei a ela tudo que vira em seus olhos, mas, o mais estranho era que parecia que em todos os momentos de sua vida eu sempre estivera por perto. Ela me perguntou se podíamos conversar no da seguinte e como eu sabia sobre seu ex-namorado.

Apenas falei que conversaríamos no outro dia e também que sentia que, de alguma forma, sempre estive por perto dela, e imaginava que era por isso que sabia tanto sobre seu ex. Puxei-a novamente e lhe dei um selinho de boa noite. Falei ao seu ouvido que ela era minha princesa e que eu sempre estaria ao lado dela. Não a esperei responder, apenas saí de seu quarto, fechando a porta. Eu tinha certeza de que, depois daquilo, ela pensaria bastante em mim, como eu pensaria nela.

Fui ao meu quarto e me preparei para deitar. Fiquei pensando o tempo todo em vez de dormir. Era ela o tempo todo em meus sonhos. Agora eu me lembrava de brincar com ela naquele lugar. Era perfeito, e eu adorava. Então eu me chamava Rafael. Ela me chamava de Rafa, e eu sempre gostara de ser chamado assim por ela. Ainda não iria contar nada até ver a foto dela e ter certeza.