Capitulo 3

1.3K 102 7
                                    

Capítulo 3

Nicole

Chegamos ao barzinho, e ele estava lotado. Michael parecia encantado com o que via. Também, o lugar era incrível, tinha até música ao vivo. Sentamo-nos a uma mesa que ficava do lado de fora, pois dentro estava cheio, e perguntei para Michael se ele queria beber algo. Pedi suco de laranja bem gelado, pois estava muito calor, e Michael pediu água. Ficamos ali conversando.

Aquele bar era um dos lugares onde todos de minha escola costumavam se encontrar. Enquanto eu conversava com Michael, percebi que Mariana, uma garota mimada de minha escola, chegava com seu namorado perfeito, o sonho de qualquer garota. Bem, Michael também era de tirar o fôlego de qualquer uma, e assim que Mariana percebeu que eu estava muito bem acompanhada, não tirou os olhos de Michael e, para não ficar de fora, aproximou-se de nossa mesa.

― O que uma garota como você, Nicole, está fazendo com um cara lindo como este? ― ela se virou então para Michael. ― Oi, tudo bem? Me chamo Mariana, e este é meu namorado Alex. De onde você conhece esta garota sem graça?

― Para começar, Nick não é uma garota sem graça, ela é muito bonita, interessante e inteligente e tem um coração enorme. Prefiro garotas assim a essas que andam com nariz em pé e que pensam que são donas do mundo.

Ela empinou o nariz, fez uma careta e saiu resmungando algo para seu namorado, sentindo-se bem incomodada com a resposta que Michael lhe dera, e fiquei ali rindo da cara dela, Michael sorriu um pouco também, até que eu falei:

― Obrigada, Michael, por me defender, mas não precisava. Sempre soube me defender desse tipo de gente. Queria saber mesmo onde você mora e se tem alguma namorada ― "porque um rapaz lindo, educado como você, não deve estar sozinho", bem, pensei em falar isso para ele, mas não falei, apenas disse que, por ele ser tão educado e de coração bondoso não deveria estar sozinho.

― Bem, eu sinto que não tenho ninguém, mas não sei mesmo se tenho, pois, por mais que eu tente, não consigo me lembrar de nada. Hoje, quando dormi em seu quarto, sonhei com uma garotinha loira brincando comigo quando eu era , mas não sei quem era. Sei que estou brincando num lugar cheio de flores, parece um jardim, tem uma fonte com um anjo de pedra segurando uma jarra da qual sai água, mas não sei que lugar é este.

― Já é um bom sinal você se lembrar de alguma coisa, acho que, com o tempo, vai se lembrando de mais.

Terminamos de beber e fomos andar na praia. A noite estava linda e estrelada, e Michael quis colocar os pés na água, pois disse que sentia que nunca tinha feito isso, e estava todo contente, parecia uma criança quando ganha doces. Era tão lindo vê-lo feliz assim, será que, de onde ele vinha, não havia aquilo? Será que ele morava aqui perto? Ou ele era de outra cidade? Mas como ele viera parar aqui? Eram tantas dúvidas, mas eu me sentia muito bem perto dele, até parecia que o conhecia havia muito tempo. Estranho, né? Com o tempo ele iria se lembrando, então eu iria saber tudo sobre ele.

― Você está agindo como bobo, correndo na beira da água e a chutando.

― Isso é muito bom, transmite tanta paz e tranquilidade, pena que já está ficando tarde.

Ele me puxou, deitamo-nos na areia e ficamos olhando o céu, e tudo era tão maravilhoso, eu nunca tinha observado as estrelas assim. Ele parecia que estava acostumado; estava pensativo, apenas olhando para o céu, então falei:

― Vamos embora, já passa das dez da noite, não quero chegar tarde em casa.

Levantamo-nos e fomos em direção ao meu prédio, que ficava pertinho dali. Chegamos próximos à portaria, e percebi que havia uns homens estranhos parados em frente. Fiquei com medo, pois, à noite, às vezes, ficava perigoso.

― Michael, há uns homens estranhos parados na frente do prédio, nunca os vi por aqui, pode ser encrenca, acho que devemos voltar e esperar que eles vão embora.

Ele me olhou e disse:

― Fique tranquila, não vamos voltar, vamos entrar. Confie em mim, vai dar tudo certo.

― OK, vou confiar, mas o que você vai fazer?

― Nada, apenas vamos entrar.

Seguimos em frente. Chegamos perto deles. Um falou alguma coisa ao outro - eram dois - e um deles cercou Michael e disse:

― Aonde vocês pensam que vão?

Michael olhou bem para eles e respondeu:

― Vamos para casa ― e olhou bem fixo para eles, parecia até que ele estava levemente iluminado na hora. Os dois mudaram de expressão no mesmo instante. Um deles falou:

― Pode entrar, estamos aqui só de passagem, conhecendo a vizinhança, e tenham uma boa noite.

O outro comentou:

― Nossa, o que foi isso? Estou sentindo muita paz e amor! Acho que devemos mudar de profissão e arrumar emprego.

Depois disso, foram embora.

― Como se bandidagem fosse alguma profissão ― falei sorrindo e perguntei a Michael o que havia acontecido, mas ele me disse que nem ele mesmo sabia.

Subimos para casa conversando bastante sobre o que aconteceu, embora não soubéssemos explicar.

Minha mãe tinha arrumado o quarto de hóspedes para Michael, e eu o mostrei para ele. Fomos dormir, então. Troquei-me e deitei na cama, mas fiquei pensando em tudo o que acontecera, principalmente em como Michael aparecera em minha vida. Pensando sobre tudo isso, acabei dormindo.

Um anjo caiu do céu (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora