Um Anjo Caiu do céu

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Capítulo 1

Nicole


Era uma tarde chuvosa e eu estava em casa, pois já estava de férias da escola e, como sempre, estava um dia tranquilo, apesar da chuva muito forte. Por sinal, era meu primeiro dia sem aulas, e nem sabia direito o que , portanto resolvi ficar em casa mesmo. Minha mãe Lucy estava trabalhando, e estávamos apenas eu e meu irmão Max, de dez anos, no nosso apartamento, um duplex no sexto andar de um prédio na Barra da Tijuca. Bem, me esqueci de dizer, meu nome é Nicole, mas me chamam de Nick. Como estava dizendo, eu resolvi ficar em casa e aproveitei para arrumar meu quarto, até pedi para Max me ajudar, mas ele só queria mesmo jogar videogame, então o deixei na sala e fui paro o quarto, coloquei música não muito alta, pois moro em apartamento - até que é bem grande aqui, mas, para não incomodar, coloquei a música baixa. Quando comecei a arrumar meu armário, ouvi um grande barulho, como se alguém tivesse caído.

― Max, aconteceu alguma coisa, está tudo bem aí? ― perguntei.

― Não aconteceu nada comigo! "Tô" bem, sim! Também ouvi o barulho! ― respondeu ele.

Então me dei conta de que o barulho vinha da sacada de meu quarto. Fiquei assustada, pois tinha ouvido notícias sobre assaltantes que escalavam prédios ultimamente, e morávamos no sexto andar, não tão exageradamente alto. Me esgueirei lentamente pelo quarto, e realmente parecia que havia alguma coisa lá fora. Abri a porta de vidro e dei de cara com um rapaz jovem, entre dezessete - minha idade - e vinte anos, e ele estava caído e desacordado. A princípio, vários pensamentos me ocorreram, como ligar para a polícia, ou para minha mãe, até ligar para a SAMU. Pensei que podia ser um criminoso que tentara subir ou até um potencial suicida. Tomei coragem e fui até ele. Tentei acordá-lo, e demorou um pouco até ele acordar e me olhar com aqueles olhos verdes. Sua pele era bem clara, ele tinha cabelos pretos bem enrolados, um corpo bem definido e uma boca carnuda muito linda. Ele me olhou assustado e perguntou:

― O que faço aqui?

― Eu não sei, mas você estava tentando se matar?

― Eu não. E também não sei como cheguei aqui.

Percebi que ele estava bastante confuso e perguntei seu nome, onde ele morava e se podia ligar para alguém vir buscá-lo.

― Meu nome... Não me lembro... também não lembro onde eu moro, então não pode ligar para ninguém, não me lembro de nada ― disse ele num tom de voz bem triste.

Era incrível e estranho, mas eu sentia como se uma conexão se formasse entre nós desde que eu vira aqueles seus lindos olhos verdes. Eu sentia como se o conhecesse. Não estava mais com medo, o que eu sentia era vontade de ajudá-lo, de protegê-lo. E eu faria isso! Sei que podia parecer loucura ou idiotice, infantilidade, o que seja, mas eu sentia que tinha que ficar ao lado dele, e o protegeria dentro de minha casa até que ele soubesse quem era. Sentia também que não podia não chamá-lo de nada. Como ele parecia um anjo, o primeiro nome que veio à minha cabeça foi Michael, ou Miguel em inglês.

― Então vou te chamar de Michael! Posso?

― Sim, é um nome bonito! Posso saber qual é o seu nome?

― Nicole, mas todos me chamam de Nick.

Então o convidei para entrar. Ele se vestia de forma estranha, com uma espécie de túnica branca. De onde será que ele vinha e por que se vestia assim? Até parecia um anjo, mas não tinha asas, e eu também não acreditava que anjos existiam. Ele era lindo demais! Eu ficava até tonta perto dele, por que será? Perguntei se ele estava com fome e se queria tomar um banho, pois estava todo molhando por causa da chuva. Ele aceitou, e eu lhe fiz um lanche. Depois do banho, ele foi comer o lanche que levei para ele em meu quarto. Max apareceu na porta e perguntou:

Um anjo caiu do céu (Degustação)Where stories live. Discover now