Isso é possível? - Capítulo 34

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Quando fica pesado, eu me sinto sozinho
Preso dentro de minha carne e ossos
(Steve Moakler)

Caleb

O que é a vida se não um quebra cabeças onde você se mantém tentando juntar as peças até que tudo se encaixe perfeitamente? Mas são infinitas peças que, mesmo que você morra, elas continuarão a existir porque haverão outros a começarem a nascer para continuar a montá-las. Meus pensamentos estão turbulentos e eu não sei no que cogitar, porquanto tudo que aparentava estar dando certo para mim tem dado errado.

Se em minha carreira como gastrônomo vou bem, minha vida amorosa se encontra em uma calamidade e por causa desse infortúnio, outros me têm surgido.

— Caleb, é melhor você descansar um pouco — diz, meu vice.

Assento-me na cadeira, esfregando a mão no rosto e suspirando profundamente, em seguida, tiro o gorro e o ponho em cima da mesa, levando minha mão direita ao cabelo, bagunçando-o. De certo modo, eu estou exausto e mui reflexivo sobre muitas coisas, além do mais, o dia não está sendo fácil para mim.

— Preciso esfriar a cabeça, só isso — respondo.

— Que tal uma gelada?

— Bem que gostaria, mas preciso ficar sóbrio — digo, levantando-me do assento e checando as chaves no bolso direito da minha calça.

— Um pouquinho não faz mal, cara. Relaxe! — diz, dirigindo-se à porta.

— Prefiro não beber. Nem para isso estou com cabeça. — Aproximo-me da porta, seguindo-o; ele sai e eu faço o mesmo, porém sigo em direção a porta de saída com o intuito de pegar o carro e passear para colocar meus pensamentos em ordem, no entanto deixo meu vice administrando as últimas coisas o restaurante e vou para casa, desistindo de um passeio pela cidade já que está tarde. No trajeto para meu lar, o tráfego é calmo sem muita intensidade então não demoro muito para chegar no apartamento. Quando adentro, saúdo o segurança com um 'boa noite' e sigo ao elevador. Assim que abeiro a porta da minha suíte, abro-a e após adentrar largo minha mochila no sofá e vou em direção ao banheiro para banhar-me, pois meu corpo pede por um banho e também por uma cama para que eu me sinta relaxado. Minha estrutura física implora por um descanso, porque me encontro exausto tanto fisicamente quanto mentalmente.

(...)

No dia seguinte, pela manhã, o sol raia com grande intensidade pela janela semi aberta. Levanto-me da cama, retirando o lençol de sobre mim, bocejando e esfregando os olhos. A minha vontade é de permanecer deitado, porém necessito de organizar o material de prova dos alunos da escola de culinária, mas antes farei meu desjejum. Não irei trabalhar hoje por tirar o dia de folga com o objetivo de recuperar um pouco mais minhas energias, no entanto até em casa me há trabalho.

Após preparar meu café da manhã, assento-me para comer e, enquanto me alimento, olho as notícias através do celular no que não há nada que me atraia tanta atenção a não ser certas coisas da atualidade. Miro o relógio defronte de mim e este aponta os ponteiros para oito e meia. Assim que termino o desjejum, coloco os itens sujos na pia e vou ao banheiro escovar a dentição.

(...)

Depois de tanto ficar em casa, deitado no sofá, assistindo TV, já que eu havia terminado o que tinha para fazer e deixado minha refeição pronta, decido dar uma volta pelas redondezas e porventura relembrar a minha infância, que fora um pouco tristonha por ter perdido minha mãe, mas que houvera tido coisas que me divertiam bastante. Então, lembro-me da época em que eu brincava num parque nas proximidades da antiga casa em que morávamos. Não me recordo do nome do bairro, mas é cerca do centro da cidade.

COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora