Uma festa para mim (parte 2/2) - Capítulo 28

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"Isso pode machucar
Isso não é seguro...
...Eu não quero passar minha vida inteira perguntando
E se eu tivesse dado tudo?
Ao invés de deixar a vida rolar"
(Matthew West)

Yasmim

Hoje é o dia do meu aniversário, praticamente no início de fevereiro. O primeiro aniversário sem minha mãe. Mas, em compensação, será um aniversário com pessoas maravilhosas, também. Suspeito que eles tenham preparado algo para mim, pois Daianny esteve muito suspeita esses dias e, por falar nela, Joseph a pediu em namoro assim que ela voltou das férias. O sorriso dela sempre está de ponta a ponta, o que afirmo que isso está fazendo-a muito bem. Deixei Dai cuidando das coisas na galeria e saí de lá, pois senti a vontade de passear um pouco, decidindo ir à fazenda dos meus avós paternos e passar a tarde no sítio.

Quando cheguei na fazenda, alegre por visitá-los, não sabia que iria encontrar Caleb. Meu sorriso desapareceu no mesmo instante em que o vi, sem ter ideia de como ele conhecia os meus entes queridos. 

Após ele ir embora, minha avó não perde tempo e vai logo dizendo que ele seria um bom partido se não tivesse uma aliança no dedo. Sim, uma aliança que infelizmente não cheguei a colocar no meu. Não digo isto por cobiça ou inveja, entretanto, se as coisas houvessem sido diferentes, eu estaria com uma aliança e com o homem que nunca saiu do meu coração. Eu tenho certeza disto. Vi o quanto minha parentela gostou dele, principalmente meu avô Christian.

— Vô! — exclamo, indignada pela sua insistência.

— Minha querida, tens tudo o que precisa, mas falta um companheiro! Eu soube há um tempo que você tinha um namorado e que ele esqueceu de você, digamos assim. Mas a vida continua e eu quero mais bisnetos.

— Isso é um capricho e eu não posso realizá-lo, senhor Christian! — respondo, baforando, impaciente com o rumo da comversa, no entanto compreendo o que ele diz. Vovô acha que eu me sinto só e que preciso de alguém para amar. Mas não é tão fácil assim; não para mim.

— A vida continua! — retruca.

— O senhor já disse isso — respondo.

— Tenho certeza que você não é o tipo de pessoa que vai morrer sem nunca ao menos ter casado. Vai que tudo o que tens passado, não seja um aprendizado? A vida prega algumas peças e Deus sabe o que faz — diz, apontando para o alto.

— O senhor fala como se tivesse se tornado um religioso. — Assento-me no sofá e suspiro profundamente.

— Bom, sou um devoto a fé cristã agora! Converti-me a esta fé há poucos dias e tem sido uma experiência incrível. Muitos só vivem impregnados em falar demais e não viver o que falam. Os seguidores de Cristo, os verdadeiros, vivem firmemente. E mesmo com todas as aflições que nós seres humanos passamos, o Senhor ainda nos conforta com a sua paz. – Minha querida, não limite a sua vida dessa maneira. Sua vida sentimental não tem estado tão bem quanto a sua vida financeira. Olhe para mim! — E eu o encaro. — Estou tão vivo quanto antes. E se tudo isto não for com um propósito maior?

— Não dê muita trela para tudo o que ele diz, querida — diz, minha vó, achegando-se e se sentando ao seu lado.

— Como não? Eu estou dando-lhe o melhor conselho, minha velha! — Meu avô olha para mim com um sorriso tamanho e posso ver a felicidade estampada no seu rosto. Será que ele tem razão? Será que eu deva encontrar essa paz que ele encontrou? — Sabia que estou frequentando um estudo bíblico? — acrescenta.

— Não a encha com estas coisas, Christian! Guarde essa fé para si próprio. Que coisa!

— Vó! Deixe o vovô falar — digo para que ela acalme os ânimos e não fique muito mais nervosa do que já se encontra, mas acho não ter ajudado muito.

COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora