LV-Não adianta...

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Daphne se via em uma situação difícil. Com certeza não deve ser fácil para ela escolher entre salvar a si mesma e deixar seu amigo morrer, ou tentar salvá-lo e correr o risco de falecer com ele. A maioria das pessoas que estivessem numa situação como esta — ou parecida —, iria optar pela escolha mais simples. A de salvar somente a si mesmo.

Parece que Daphne não está nem cogitando na idéia de sair dali sem o James, o que a deixa em uma situação um tanto quanto perigosa, já que ela corre o risco de ser sufocada pela areia movediça — que, aos poucos, está afundando mais e mais o seu corpo.

—James, como você está?—Ela não obtém nenhuma resposta, o que a faz engolir em seco,—Não se preocupe, eu vou te ajudar.

A maior parte do chão tornou-se areia movediça, principalmente os locais onde Daphne rachou o chão — utilizando os seus socos.

James já estava com metade do seu corpo mergulhado na areia, enquanto que a Daphne tinha apenas a sua perna afundada na mesma. E, para piorar, os dois estavam rodeados por um círculo de areia movediça. Para sair dali, as únicas opções eram ou dar um pulo bem alto, ou voar.

Daphne retira, aos poucos, a sua perna de dentro da areia e vai para o mais perto possível de James. Se não entrar dentro da areia novamente, ela não teria como salvar o garoto — que se encontrava distante do chão firme.

Ela pode até achar que sim, mas aquele chão não parecia estar firme, muito pelo contrário, o local parecia estar prestes a se tornar areia. Se Daphne não sair dali o mais rápido possível, ela não terá a chance de escapar.

—O que está acontecendo?—Ela percebe que o chão ao seu redor está transformando-se em areia, o que logo a faz ficar espantada.

Ao olha para o James com uma expressão assustada ela parece estar, finalmente, cogitando na idéia de deixá-lo para trás.

—Não!—Sua expressão altera-se drasticamente por causa desta simples palavra, e ela exibe-se estar mais determinada a salvar o James do que antes.

O chão encontrava-se cedendo progressivamente, mas isso não foi o suficiente para abalar a persistência de Daphne. Dando uma forte e profunda respirada, ela pôs sua perna de uma vez na areia. Percebendo que toda sua perna fôra engolida pela areia num instante, várias borboletas começaram a bater asa dentro da sua barriga, o que lhe causou uma sensação nada agradável.

Mesmo em meio a isso, ela não pareceu se intimidar. A mesma põe a sua outra perna dentro da areia e dá um gritinho quando o pó chega a cobrir até mesmo a sua cintura. Ela estica os braços e, com certa dificuldade, pega a mão do James. Uma expressão de terror prevalece por um tempo em seu rosto assim que ela sente a mão do garoto estar gélida. No intuito de afastar os seus pensamentos ruins, ela balança a sua cabeça de um lado para o outro, procurando focar num jeito de saírem dali.

Olhando ao redor, estando à procura de um lugar que pareça seguro, ela avista um local cheio de folhas secas e arbustos. Após fazer um "sim" com sua cabeça, a mesma utiliza sua força para puxar o James pra fora da areia e jogá-lo no local que ela julgava ser seguro. Consequentemente, depois que fez isso, o seu corpo afundou ainda mais na areia, a fazendo ficar apenas com os braços e cabeça livres.

Assim que Daphne jogou James no local — que ela considerava ser seguro —, todo o chão que estava ameaçando cair há um tempo, desmoronou, ou melhor, esfarelou. Tudo virou areia movediça também e, por causa de poucos centímetros, o James conseguiu ficar a salvo. O que deixou a Daphne totalmente aliviada.

—E agora?—Sussurra para si mesma enquanto via-se em uma situação completamente caótica.

Ela dá uma boa olhada à sua volta e solta um suspiro.

HOPE ACADEMYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora