XLVI-Raios e trovões

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—Isso não pode ser verdade, nós diga de uma vez o que fez com ela!—Lágrimas caiam dos olhos de Flora enquanto ela falava entre soluços.—Isso não é verdade.

—Essa é a verdade, você escolhe se acredita ou não.—Ele dá de ombros.

—Não pense que acreditarei na sua mentira.—Ela limpa as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e encara o garoto com uma expressão zangada.

—Se o que eu falo é mentira, por quê está chorando?—Ele ergue uma de suas sobrancelhas.—O que falo é a mais pura verdade.

—Cale-se!—Esbraveja enquanto limpava as lágrimas que ainda insistiam em cair.

—Uma garota tão jovem.—Ele ri pelo nariz,—É realmente uma pena ela ter partido tão cedo.

Eu mandei se calar!—Um barulho alto de trovão é ecoado por todo o céu, fazendo o garoto franzir o cenho.

—Se irritou?—Ele solta uma risada nervosa.

As nuvens daquele céu nublado começaram a ficar de uma cor escura e parecia que tinha anoitecido, os trovões ficavam mais fortes e o céu brilhava a cada barulho que eles faziam, uma grande tempestade estava por vir. A Íris dos olhos de Flora se tornaram totalmente brancas e alguns raios passeavam ao redor de seus olhos.

—Flora, fica cal...—Assim que o Nicholas pôs sua mão sobre o ombro de Flora, ele levou um choque, fazendo-o tirar sua mão dela no mesmo instante.

—Não tenho medo disso.—O garoto solta uma risada e olha pra Flora com desdém.—Eu posso me proteger usando meu poder de terra.—Ele faz uns movimentos de baixo para cima com as suas mãos e, em pouco tempo, a terra que estava sob seus pés foi formando uma esfera cada vez mais espessa ao redor do mesmo, protegendo-o.

—Você vai ficar aí?—Sussurra uma garota para o Nicholas, que estava sentado sob uma árvore.

—Sim, vou ver o seu amigo ser totalmente derrotado pela Flora, quer assistir também?

—Não sou louca de ficar sob uma árvore.—Ela pega os pés da amiga que estava desmaiada e a arrasta até um arbusto, onde o outro garoto do seu time já estava,—Você será sortudo se um raio não cair em você.—Ele ignora aquela garota e volta a sua atenção para o céu.

O som dos trovões aumentaram quando Flora ergueu suas mãos pra cima, raios começaram a passear, também, pelos seus braços. Ela olha para a esfera criada por aquele garoto, que a tinha feito na tentativa de se defender, e estreita os olhos.

Ela olha para o céu e abaixa uma de suas mãos, deixando-a na altura da esfera do garoto, ou seja, ela ficou com o braço erguido na altura de seu seio. No instante que ela faz esse movimento com o braço, um raio cai sobre a esfera de terra, partindo-a ao meio. Ao quebrar a esfera, o garoto se encontrava com o corpo todo protegido com uma armadura de terra.

—Você não esperava por essa, não é?—Ele abre um sorriso vitorioso.—Essa armadura é tão dura quanto pedra, não tem como você destruí-la.

Ela abaixa seu outro braço e o raio cai há poucos centímetros de distância do garoto mas, mesmo assim, sua armadura é completamente destruída e ele é jogado pra longe por causa da potencia do raio, fazendo-o bater com a cabeça em uma árvore.

Ele desmaiou na hora.

—Se o raio tivesse atingido-o, ele estaria morto.—O olho de Flora volta ao normal e o céu pareceu se acalmar, pois as nuvens agora estavam voltando ao seu tom original.

—Vai me passar ou quer causar outra tempestade?—Nicholas abre um sorriso maroto pra garota que estava com os olhos arregalados.

—Toma.—O garoto entrega o broche pro Nicholas e solta um suspiro de desânimo.

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