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Abro os olhos quando ouço a porta do quarto se fechando, não sei bem como cheguei aqui só lembro daquele presente horrível que meus pais me deram ontem, parece que 1000 anos na vida de um monstro não é lá essas coisas. Levanto, olho ao redor e procuro informações da noite anterior, mas nada me chama muita atenção, então resolvo tomar um banho pra curar a ressaca.
Quando saio do banheiro encontro alguém remexendo no quarto.
- Hey, moça, sabe como vim parar aqui? - pergunto pra camareira na minha frente, mas quando ela se vira percebo que é uma bruxa disfarçada, mas minha visão ainda está embaçada pela quantidade de álcool da noite passada.
- Ah não me venha com essas gracinhas.
Ela sai batendo a porta sem me dar chance de olhar bem quem era. Olho ao redor e vejo a caixa de presente dos meus pais mas onde está o presente? Reviro todo o quarto atrás daquele cachorro ou sei lá o que de família, mas não está lá, puta merda meus pais vão me matar. Saio correndo atrás da camareira, começo a gritar pelo corredor atrás do gerente do hotel, mas a única coisa que consigo são outros hóspedes fofocando ao meu redor.
- Merda, merda, merda. - penso alto.
- Cadê o gerente dessa joça. - falo chegando no saguão. E lá está ele saindo de sua sala próximo ao hall principal.
- Em que posso ajudar? - Rio internamente já que parece que ninguém percebeu que o recepcionista e um duende disfarçado, mas mantenho a postura pra encontrar esse presente dos meus pais, antes que eles saibam e tentem realmente me matar.
- Tinha uma camareira no meu quarto hoje quando sai do banho, e meu cachorro foi sequestrado de lá aparentemente, gostaria de saber se ela sabe onde está? - Quando percebo o silêncio se instalou ao meu redor e todos estão me olhando com curiosidade. Olho bem para o gerente a espera de uma resposta.
- Devíamos conversar na minha sala senhor. - ele fala já não consigo me segurar e solto um risinho, enquanto sou conduzindo pra seu escritório parece mesmo que ele não percebe quantos seres mágicos estão em seu hotel
Ao entrar me deparo com uma sala que mais parece um hotel dos anos 80 do que uma sala gerencial.
- Sente - se, senhor...
- Não importa, quero saber do meu cachorro.
- Claro, vou chamar a camareira que está de plantão desde ontem. - e ele saiu me deixando naquela sala cor de carmim estranha. Espero pelo o que parece ser uma eternidade quando a porta se abre de novo e lá está ela eu nunca iria me esquecer dela já ela inferniza minha vida desde que a gente se encontrou à 500 anos atrás em um bar, a mesma bruxa desde sempre ela me olha bem e da aquele sorriso que me dá vontade de arrancar os dentes dela.
- Aqui está seu bibelô. Você me pediu pra limpar ele quando chegou de madrugada parecendo um demônio, de tão bêbado. - olho pra ela realmente querendo tirar esse sorrisinho da cara dela por brincar comigo dessa forma.
- Parece que meu cachorro sequestrado na verdade era um bibelô. - Falo já me levantando pra sair de perto dessa bruxa, tá aí uma que faz jus a má fama das bruxas
- Nunca foi um cachorro, muito menos sequestrado. - ela responde com a maior calma, quando percebe que eu estou querendo ir embora.
- Acho que o cachorro sequestrado era na verdade um bibelô, obrigada senhor.
Ele me olham com curiosidade. Faço cara de desentendido agradeço e dou o fora o mais rápido daquele hotel, mas a bruxa da minha ex não ia deixar tão fácil, ela vem atrás e eu dou logo um jeito de sumir, antes que ela comece a falar da noite anterior já que eu não lembro não há nada pra se arrepender.
