- Saiu com uns amigos. - seu tom de voz diminuiu.

- Certo, agora se a fiscal me der licença, eu vou me deitar. - subi as escadas sem olhar para aquela cara cheia de botox dela. 
 
 Fechei a porta do meu quarto e por precaução também o tranquei. 
 
Quem eram as pessoas que conseguiam ver essa rosa?! Kelly?! Beatrice?! ... Sophia?!

O que essas meninas tinham em comum?!

Encarei-me no espelho.

Era uma droga que nos últimos dias coisas fora do normal estavam acontecendo e todas caindo de repente sobre os meus ombros. Eu queria chorar, queria voltar para os dias em que ninguém via uma rosa no meu braço, garotos fantasmas não apareciam e sonhos estranhos não me perturbavam.

 Eu não sabia o que estava acontecendo e parecia loucura. Parecia que eu estava perdendo a minha sanidade tendo que aceitar essas coisas como um fato. Coisas que eu não vejo, que eu não toco, que eu não entendo.

Suspirei.

Pelo menos por uma noite eu gostaria de fingir que nada disso aconteceu. A festa aconteceria amanhã e eu não deixaria esses acontecimentos súbitos atrapalharem a possível melhor noite da minha vida. 

No dia seguinte, levantei da cama bem animada

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No dia seguinte, levantei da cama bem animada.

Desci para tomar café da manhã sem conseguir esconder o sorriso no rosto. Mas, como não se pode ser feliz por muito tempo, assim que cheguei na sala, pude escutar os gritos que vinham da cozinha. 

- Ela fez sim uma tatuagem! - Sophia berrava. Cheguei até o cômodo, estreitando os olhos para aquela garota com uma voz tão estridente que podia explodir tudo que fosse de vidro no local.

- Quem fez uma tatuagem? - perguntei, e os três pares de olhos se voltaram para mim.

- Olhem, olhem! - ela levantou desesperada, agarrando meu braço - Porque vocês estão fingindo que não estão vendo? - encarei-a a assustada. Ela estava quase chorando tentando provar o que via. Soltei-me das suas mãos finas e geladas. 

- Não encosta em mim de novo. - cuspi as palavras nela. 

- Que merda é essa no seu braço? Como você fez para eles não verem essa droga? O que está acontecendo? - ela dizia, contorcendo cada vez mais as suas feições contra mim.

 Encarei o meu pai. Ele não olhava para o meu braço, mas para Sophia. Encarava-a com um olhar que eu não conseguia entender.

- A única coisa que está acontecendo aqui, é que você está ficando louca. - revirei os olhos, dirigindo-me ao armário, pegando um copo e me servindo leite. Eu engolia seco. Mas não deixaria de jeito nenhum essa idiota desesperada estragar o meu dia. 

 Ela continuava gritando com eles, tentando explicar o inexplicável. Sentei-me ao lado do meu pai, observando-a se esgotar de tanto falar e começar a chorar, porque ela realmente estava vendo algo. Mas ninguém acreditava nela.

Só eu.

- Eu não sei o que você está fazendo com a minha mãe, Alice - a voz dela emanava a raiva que sentia - Mas você vai se ver comigo. - pegou a blusa de frio azul escura que estava dobrada sobre a cadeira e saiu.

- Sophia! - Martha tentou chamá-la. Mas ela estava enfurecida, confusa e perdida.

Eu entendia como ela se sentia.

- Sua filha está cada dia pior. - meu pai resmungou.

- O que disse? - Martha arqueou uma das sobrancelhas, levantando-se.

- Ele disse que você tem que cuidar da sua filha. Você tá vendo alguma rosa no meu braço? - eu vi o movimento do seu pescoço quando ela engoliu seco - Pois é. Tem algo errado com a sua filha. - 

Era mentira

 A única pessoa que tinha alguma coisa errada, era eu. 

  No fim da tarde, eu já estava pronta para ir para a casa da Vanessa

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  No fim da tarde, eu já estava pronta para ir para a casa da Vanessa. Desci as escadas com a mala. 

- Querida, por favor, cuide-se - meu pai beijou minha testa, e passou a mão gentilmente pelas minhas costas - E lembre-se, meia-noite. 

- Tudo bem, pai. - rolei os olhos e beijei a bochecha dele - Até amanhã.

- Até. - ouvi ele suspirar. 

 Assim que saí na porta, Vanessa me recebeu com um sorriso enorme.

- Tudo pronto?

- Com certeza! Vamos? - deveriam ser uma seis ou quase sete, quando saímos.

Entrei no carro da sua mãe, e conversamos sobre várias coisas pelo caminho. Inclusive sobre Beatrice. Entretanto, não comentei nada sobre a rosa, o boliche ou o garoto. Vanessa não era o tipo de pessoa que saberia - ou gostaria - de lidar com esse tipo de informação.

 Quando chegamos em sua casa, a mãe dela entrou primeiro, dizendo que estava tudo pronto lá em cima no quarto de Vanessa, para quando chegássemos da festa.
Vanessa me ajudou a tirar a mala do carro e entrou com ela. E em seguida... Eu não podia entrar.

 Eu não podia entrar

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Alice [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora