Tentar e tentar

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- Bom dia, pessoal. Como estamos hoje?

- Vai depender de onde veio toda essa energia.

- Ontem conversei com senhor Matias e tive uma ideia.

- Sobre o quê?

- E se fosse autorizado a Elisa reencarnar como filha de Tomé?

- Seria interessante, uma vez que o dom do esquecimento lhe permitiria essa reconciliação. O que acha, Lucas?

- Pode funcionar, mas para isso ambos têm que aceitar essa missão. Já está difícil afastá-la de seus pensamentos vingativos mesmo com a intervenção do pequeno Leo, que a acalmou um pouco.

- Raquel, peça autorização e conversaremos primeiro com eles e depois com ela.

- É para já. Mas você é superior a mim, não seria melhor você ir?

- Essa tarefa ficará a seu cargo, vou me concentrar em ajudar Helena.

- Dividir e conquistar.

- Não nesse sentido, mas sim. Vamos nos dividir para que todos sejam ajudados.

- Desculpe só poder conversar com vocês, não me foi autorizado me meter muito.

- O que é isso, Matias. Apesar de seu desencarne ter sido a pouco tempo você está nos ajudando muito. Asa q\\A'

- Fiquei um pouco triste com a recusa do pedido de liberdade de Carlos.

- Não se preocupe, ele ficará livre, porém ainda precisa ficar mais um pouco na cadeia. Ele só não foi solto por algumas burocracias, o que vai de acordo com a vontade divina e nos ajuda a auxiliar a todos no seu devido tempo.

- Tem razão, Lucas. Vamos cada um para sua tarefa e fazer por eles o que fariam por nós.

- Esse é o caminho, meu amigo.

No plano terreno, tudo estava uma bagunça aquela semana. Tomé ficou doente justamente quando Carlos teve seu pedido negado e precisava de um amigo para conversar. Dona Clara teve problemas para receber seu pagamento com uma greve dos bancos e Miriam teve que ir à escola de Leo devido a uma briga em que ele se metera.

- Você sabe que não podemos chamar atenção. No que estava pensando?

- A culpa foi dele por me chamar de maluco! Ele xingou nossa mãe, sabia?

- É só não dar ouvidos, deixe entrar por um lado e sair pelo outro. Quando um não quer dois não brigam.

- Você deixaria os outros falarem mal dos nossos pais?

- Não, mas não partiria para agressão. Não somos ogros.

- Você bem que parece.

- Engraçadinho. Saiba que vai ficar de castigo. E a professora disse que você anda falando sozinho. Que história é essa?

- Você nunca teve um amigo imaginário?

- Não.

- Então você não teve infância.

- Não minta para mim. Com quem você anda falando?

- Ninguém.

- Leo... – Ela o olhou exatamente como sua mãe fazia e ele não teve como negar mais.

- Tá bom, tá bom. É a Lis.

- Quem é Lis?

- Ué, você não me perguntou com quem ando falando?

As escolhas de cada umOnde as histórias ganham vida. Descobre agora