Capítulo 11 - FIM

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Quando me virei para o sótão, era só eu e o relógio, não sabia o que fazer pra voltar pra casa, mas imaginei que poderia ter alguma pista naquele monumento grandioso. Aproximei-me do relógio, observei pela vidraça colorida o Largo do Monte Alegre vazio e calmo. Um dos ponteiros passou bem perto de mim, não me atentei ao seu giro constante, e eis que vejo uma coisa branca que me chama a atenção, bem na seta do ponteiro. Esperei ele dar outra volta para ver se conseguia ver o que era aquilo.

Era um papel com várias dobras e letras pequenas que dizia "Se você é da família Arruda, isso quer dizer que o objetivo de voltar ao tempo foi concluído com sucesso. Obrigada por ter confirmado a teoria e a tentativa de tantas gerações. Desculpe por não colocar mais explicações, mas pode ser que outra pessoa encontre este bilhete antes de você. Espero que não. Com carinho, A. A."

Caí por terra... aquilo era pra mim, dei-me conta que eram as iniciais do nome de meu avô. Mas, como ele poderia saber tudo isso? O aceno que ele deu na minha direção começou a ficar claro... minha cabeça tentava deglutir todas essas ideias.

Foi quando a lua começava a encorpar o relógio da estação, e, instintivamente, soube o que fazer. Posicionei-me em frente aos ponteiros iluminados faltando 30 segundos para meia-noite, e como num passe de mágica, quando o ponteiro bateu a zero hora, minha mente entrou em transe, e não me lembro de mais nada, a não ser de ver Ana e o segurança batendo no meu rosto para que eu acordasse. Sim, leitor, eu voltei. Quando dei por mim, estava dentro do cofre "dormindo" (isso é o que Ana dizia rs).

Todos estavam a minha procura, já tinham ido a delegacia, mas o delegado disse que antes de 48 horas não havia o que fazer. Então todos começaram a me procurar por conta própria. Mas ninguém pensou no cofre, até que estavam procurando nos lugares mais impossíveis.

Tomei um susto ao acordar, procurei pelo bilhete do meu bisavô e não achei por ali. Dei uma desculpa e fui ao banheiro, "isto não pode ter se desintegrado", tive um alívio quando o achei junto com os escritos do cientista Amoroso e o almanaque de 1929 (que voltaram ao meu bolso). Li e reli várias vezes, não quis acreditar, aquilo me deu tantas dúvidas e uma certeza: esta história ainda não acabou. E a lupa? Não usei pra nada.

Ana Nery Machado

09/2017

Isaac Thomas e o Cofre MágicoWhere stories live. Discover now