Terminado o trabalho de construção da coluna central da Codificação Espírita – O Livro dos Espíritos -, era chegado o momento de estudar e expor aos homens os aspectos experimentais implícitos na Doutrina dos Espíritos (...), sobretudo no que diz respeito à prática da mediunidade, o mais importante desses aspectos, por ser o instrumento de comunicação entre os dois mundos. A propósito de que nos diz Pedro Barbosa: A mediunidade (...) é a fonte primordial dos ensinamentos da Doutrina, e suas tarefas constituem, hoje sem dúvida, importante contribuição dos espíritas, que a elas se dedicam, à consolidação da fé raciocinada e ao retorno, à normalidade, das condições psíquicas alteradas daqueles que, enleados nas tramas da obsessão disfarçada e tenaz, procuram, agoniados, os centros espíritas, ou são a eles encaminhados. A comunicação entre os dois mundos, o corporal, material ou visível e o incorpóreo, imaterial ou invisível, é uma premissa básica do Espiritismo, que seria apenas um espiritualismo irreal e duvidoso, se a negasse ou a repudiasse. Essa comunicação, disciplinada e orientada para suas verdadeiras finalidades, pode ser conseguida e mantida, desde que apliquemos à técnica de sua realização os ensinamentos de Allan Kardec contidos em O Livro dos Médiuns.
Esses ensinamentos de Kardec são verdadeiramente preciosos, porque vão muito além do ensino da técnica de comunicação com os Espíritos. É que, ao tratar o assunto “prática mediúnica”, ele chama a atenção dos que com esta se ocupam, mostrando-lhes que: Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o terem logrado evitá-los. Natural é, entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. Esta obra se destina a lhes achanar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muito falsa ideia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever. Enganar-se-ia igualmente quem supusesse encontrar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns. Se bem cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem à vontade. Muitos estudiosos do Espiritismo – encarnados ou desencarnados – têm-se manifestado quanto à importância e atualidade desta obra. Eis as impressões de um deles: Mais de cem anos depois de publicado, O Livro dos Médiuns é ainda o roteiro seguro para médiuns e dirigentes de sessões práticas, e os doutrinadores encontram em suas páginas abundantes ensinamentos, preciosos e seguros, que a todos habilitam à nobre tarefa de comunicação com os Espíritos, sem os perigos da improvisação, das crendices e do empirismo rotineiro, fruto do comodismo e da fuga ao estudo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Este livro – com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida – foi publicado em abril de 1864, com o título: Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo. A partir da 2ª edição, em 1865, surge com o novo nome – O Evangelho Segundo o Espiritismo. Contém ele um índice de referências bíblicas; o prefácio, que se constitui de uma mensagem assinada pelo Espírito da Verdade e que, de acordo com a nota de rodapé colocada pela editora (FEB), resume a um tempo o caráter do Espiritismo e a finalidade desta obra (...). A introdução contém quatro itens e o corpo da obra vinte e oito capítulos.
Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse Código Divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda parte se originaram das questões dogmáticas. (...) Para os homens, em particular, constitui aquele Código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura (...). Assim argumentando, o Codificador justifica a escolha do ensino moral do Cristo para a elaboração do livro, constituindo-se, então, os princípios da moral evangélica em objeto exclusivo desta obra.
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume I
SpiritualTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...
8. A Codificação Espírita
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