Caçador Herdeiro (1) - Vento Sufocante | COMPLETO

18 - Trio de caçadores formado! Riku, o terceiro membro?

O rádio-despertador tocou às seis em ponto, mas eu já estava acordado há muito tempo, pensando em como me explicaria com a Sophia.

Nenhuma conclusão.

Fui incapaz de encontrar alguma desculpa que pudesse explicar a minha falta ao encontro. Eu não poderia simplesmente dizer a ela que fui atacado por vampiros no meio do caminho. Muito menos dizer que a minha mãe não me deixou sair de casa para voltar à noite – isso me deixaria extremamente constrangido. Sophia nunca mais olharia na minha cara. Porque ninguém gosta de levar toco em um encontro em pleno sábado à tarde, evidentemente. Mas aconteceu, e eu não pude evitar. Em pouco tempo minha vida mostrava que não seria nada fácil dali em diante. Vampiros... Eles tinham que ficar longe de mim, já que eu era um caçador. Teoricamente. Algo em mim os atraía. Eu só não imaginava o quê, especificamente. E nem queria imaginar.

Levantei e calcei os chinelos, me espreguiçando em seguida.

Depois de vestir o uniforme e escovar os dentes, eu desci à cozinha para tomar café e, em seguida, dirigi-me ao colégio Martins. Chegando ao campus, encontrei Natsuno, Joe e Jake. Os cumprimentei e depois subimos para a sala em meio à multidão de alunos uniformizados.

Sophia estava no canto do corredor com suas amigas, e foi na direção delas que eu caminhei. Natsuno, Joe e Jake entraram na sala enquanto eu me aproximava da garota, que estava a poucos metros da porta. Suas duas amigas olhavam para mim como se já soubessem do ocorrido, todas com ódio no olhar. Sophia também percebeu minha presença, então caminhou em direção à porta, assim fugindo de mim.

- Sophia – eu ainda chamei, tentando alcançá-la; ela me ignorou, caminhando a passos firmes.

Suas amigas acompanhavam-na, sempre me encarando com uma certa raiva. Sophia, no entanto, parecia normal, como se não estivesse com rancor de mim. Mas as aparências enganam.

- Preciso falar com você – eu insisti. Sophia entrou na sala e sentou-se em sua carteira. Eu, já sem nada mais para fazer, esgueirei-me até a minha, com uma cara de missão falhada. Cheguei e Natsuno logo perguntou, curioso:

- E aí, conseguiu se entender com ela?

- Não, cara. – Eu me sentei, tirando o material escolar da mochila e o colocando sobre a mesa. – Ela nem sequer olhou na minha cara.

- Por quê? – Jake perguntou, entrando na conversa. – Aconteceu alguma coisa?

- Ih, é uma longa história – Natsuno coçou a cabeça, dando um sorriso forçado.

Riku entrou na sala e passou por mim, dirigindo-me um olhar significativo, como se ele quisesse dizer alguma coisa. Ou poderia ser impressão minha.

Decidi me focar nas aulas.

Após as três primeiras aulas, bateu o sinal do intervalo.

Descemos.

Depois de comprarmos o lanche, nós quatro nos sentamos numa mesa ao fundo do refeitório, uma das únicas vazias. Só não esperávamos que o Riku também fosse se sentar. E ele disse:

- Quero fazer parte da equipe de vocês.

Tamanha foi a direta que Natsuno e eu trocamos um olhar impressionado, visto que mesmo depois da última batalha, não imaginávamos algo do tipo.

- Mas Riku – Natsuno o encarou –, você é do clã Medeiros, e faz parte da nossa tribo rival!

- Já cuidei disso – disse ele, sem interesse.