Capítulo 1 (revisado)

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A Garota Órfã

Evydia
  Eu nunca soube se tinha uma família. Nunca quis realmente conhecê-los. Sempre achei uma grande perda de tempo saber quem são meus pais biológicos, ainda acho.
  Desde bebê cresci em vários orfanatos, e em cada um deles, eu acabava fazendo algo que nem eu mesma sabia e nem agora sei explicar. Até que completei 18 anos, idade suficiente para sair daqueles lugares. Agora tenho meu próprio canto e estou fazendo faculdade de artes, mas não é grande coisa. Enfim, agora que contei um pouco sobre mim, vamos para a história.

- Pessoal! Não esqueçam de estudar para a prova de amanhã! Entenderam?!- Sr. Stanley, meu professor, gritou para os alunos que saíam da sala. Até que ele é legal, mas poderia mandar menos trabalhos.
- Sim!- Todos responderam. Grande parte na verdade.
- Não esqueçam!- Gritou novamente e no mínimo 5 pessoas responderam.
- Tchau professor.- Disse a ele antes de passar pela porta. Sou uma dos únicos alunos que diz isso a ele.
- Evydia! Você não respondeu às minhas mensagens de ontem! Tá acontecendo alguma coisa? Você não quer ser minha melhor amiga?- Fui surpreendida enquanto andava em um dos corredores cheios de pessoas que, com certeza, não estavam de bom humor, pela pessoa mais dramática, a Liza, minha melhor amiga. A minha única amiga porque os outros só falam comigo quando tem algum trabalho para fazer.
- Oi Liza! Me desculpa, eu não vi que você mandou mensagem. Eu estava praticando.- Praticar mais no sentido de falhar porque não foi fácil. Continuamos andando pelo corredor.
- Tá bom, dessa vez eu deixo passar. Mas na próxima me avisa e depois responde.- Ela parou de andar só para dizer isso.
- Pode deixar.- Dei risada.- Mas agora vamos. Daqui a pouco o sinal vai tocar e estaremos aqui ainda.
- Evydia!!- E fui surpreendida mais uma vez.
  Alguém me chamou antes que eu pudesse dar um único passo.
- Você pode fazer um favor pra mim?- Virei para trás, olhando para a pessoa.
- Eu não entendi esse negócio aqui do trabalho. Consegue fazer pra mim? Obrigado, te devo essa.- Agradeceu, não deixando que eu respondesse.
  Viu? Só trabalho! E ainda saiu piscando, eu mereço. Pensei.
  Esse é o Jaison, um grande babaca na minha visão. Já a Liza acha ele um máximo, ela é apaixonada por ele. Bom, ele é o mais popular da faculdade, mas não acho grande coisa, apesar de não poder dizer que ele é feio. Porém, de quem eu gosto mesmo é do Marcelo. Ele é o garoto mais inteligente daqui, e bonito também. Quem não vê isso, tá ruim em.

- Liza, você acha que eu devo convidar o Marcelo para a festa de final de ano na praia?- Perguntei enquanto sentávamos numa das mesas do refeitório.
- 'Miga, eu ainda não acredito que você gosta dele, mas sim. Vai lá, não custa nada tentar.
- Tá, então eu vou.- Levantei e fui até ele.- O...oi. Tudo bem?
- Oi!- Pelo seu tom de voz parecia estressado.- O que você quer?- Marcelo perguntou friamente.
- Eu quero te convidar para ir na festa da praia, agora neste final de semana... Quer ir comigo?
- Hum.- Parecia pensativo.- Ok.- Disse um pouco seco.- Acho que minha agenda vai estar livre neste final de semana.- Fiquei olhando em seus olhos, porém ele não prestava a atenção em mim.- Agora pode ir, porque preciso terminar de ler este livro aqui.- Demorei um pouco para entender.- Ainda hoje...- Completou.
- Ah, tudo bem.- Dei um sorriso amarelo.- Tchau.- Falei para não ser grossa.
- E aí? O que ele disse?- Liza perguntou quando voltei à mesa.
- Ele disse, SIM!!!- Gritei e ela também, sem nem ligar para as pessoas em volta.- Tá, e agora? Só temos 3 dias para escolher as roupas antes da festa.- A ansiedade já estava batendo.
- Vamos amanhã ao shopping. Vou te buscar às 19, pode ser?
- Okay.- Respondi.

  Quando a aula acabou, fui para casa. Comecei a desenhar, uma coisa estranha estava acontecendo. Passava em minha cabeça a imagem de uma mulher muito bonita que eu nunca tinha visto na vida, porém, ao mesmo tempo, ela me parecia familiar. No fim não me importei, achei que não fosse nada. Mas, eu estava errada.
  Acabei adormecendo... Acordei sentada na cadeira da escrivaninha, com a cabeça apoiada em uma pilha de papéis e nelas desenhado o rosto daquela mesma mulher. Fiquei confusa, sem entender o que tinha acontecido. Então, peguei algumas folhas e fui para fora, respirar um ar puro e tentar clarear as ideias, ver se eu não estava ficando louca.
  De repente, faíscas vermelhas começaram a sair de minhas mãos, transformando os papéis em cinzas.
- Como isso é possível? Eu pratiquei para não acontecer de novo! Já é a terceira vez esse mês!- Questionei a mim a mesma.
  Naquele momento meu cabelo começou a ficar ruivo, porque até então era castanho. Meus olhos ficaram azuis, antes também eram castanhos e das minhas mãos não paravam de sair faíscas vermelhas. Eu sentia um grande poder dentro de mim, que eu não saberia explicar. Só sei que todas as luzes da rua se apagaram e depois explodiram em mil pedaços. Essa sensação de poder logo passou. Então, corri para pegar o meu celular, e liguei para Liza.

Ligação on
- Alô? Oi Evydia.- Disse meio sonolenta.
- Amiga, você tem que me ajudar.- Respondi bem preocupada.
- O que foi? O que aconteceu?- Agora ela parecia preocupada.
- Você vai saber quando chegar aqui. Pode vir me buscar para a gente ir à faculdade?
- Okay, daqui uns 30 minutos estou aí.
- Tá bom. Obrigada.
- De nada, beijinhos.
Ligação off

  E agora? O que vou fazer para disfarçar o meu novo visual? Pensei.

...

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Evydia, Filha de AfroditeWhere stories live. Discover now