015 AO MEU UNO-AMOR

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Prelúdio: era noite e eu já estava deitada quando comecei a imaginar essa história na minha cabeça - uma mulher perambulando pela sala gelada, à espera, aguardando

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Prelúdio: era noite e eu já estava deitada quando comecei a imaginar essa história na minha cabeça - uma mulher perambulando pela sala gelada, à espera, aguardando... À espera de quê? Deixei que o poema fosse conduzido por essa imagem que se formava aos poucos, e tal foi o resultado.


Ao meu Uno-Amor - 2006

Amanda Reznor


Era uma noite de chuva.

Sim, era, eu me lembro bem.

E, estatelada lá na sala, quase nua,

aguardava só por ti (e por mais ninguém!)

Quisera Deus ouvisse minha prece,

talvez ouvira, mas não deu a ela

a importância devida;


Pois adormeci a esperar tua chegada

e despertei ao perceber tua partida...

Não tento fazer bom uso de tua morte, amor

com versos frágeis de uma reles canção.

Quem dera pudesse arrancar esta dor

vendo abrires teus olhos azuis no caixão...


Foi uma, foram duas, três vezes eu rezei,

apelei aos santos, nomes e mil cantos

e por fim eu aceitei;

Sonhos belos, em pesadelos vertidos

perdi a fome e o sono

sem você, meu único dono,

me tornei um elo perdido...


Se Deus resolve ouvir minhas preces

(que maldição a que estou pedindo!)

Leve a alma deste pobre e lindo

corpo, que por ti enlouquece!

Tornei-me menos que o verme horrível;

Sou pó de um tempo que só tu conheces...

Inflexões - Coletânea de 111 Poemas Noturnos de Amanda ReznorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora