Capítulo 3

4.7K 355 37
                                    


CAPÍTULO 3 — CECÍLIA

Ele coloca a sua mão na minha cintura e aceito sem protestar mesmo achando errado ele me tocar dessa forma. O homem começa a me conduzir pelo mesmo caminho que Maria seguiu.

— Está tremendo.

— Um pouco nervosa — confesso.

— Você está em boas mãos, não precisa ter medo.

— Vou tentar.

— Vou te apresentar a casa. Aqui você já conhece é o bar, a área comum, serve para flertar com possíveis parceiros. ­Ali como pode perceber é a pista de dança. Esses canos são para pole dance, uma vez por semana tem shows. Bom, como pode perceber é igual a qualquer outra boate.

— Parece igual até agora — comento observando o lugar.

Já frequentei algumas casas noturnas com Humberto, mas nunca demoramos muito, ele dizia que era apenas para as pessoas da cidade ver que ele tinha uma esposa linda. Não era bem visto uma mulher casada frequentar esses tipos de lugares, era o que sempre dizia. Por isso saiamos pouco e quando acontecia logo estávamos de volta em casa.

— Casada? — pergunta o homem apontando a aliança na minha mão esquerda. Tinha tanto orgulho de mostrar aminha aliança e dizer que era casada, que era uma boa esposa. Fui uma tonta iludida.

Retiro a aliança e jogo em um canto qualquer, não quero mais isso para mim ou para a minha vida. Não quero mais ser enganada por Humberto, como fui por todos esses anos.

— Não mais — respondo o olhando, e recebo um sorriso de canto. Um sorriso lindo, que faz meu coração acelerar.

O homem à minha frente é fascinante, tem uma boca carnuda e convidativa para dar uma mordida. De onde estão surgindo esses pensamentos. Melhor não pensar nisso por enquanto. Apenas observar.

Nem o conheço e ele me faz sentir coisas estranhas dentro de mim, me deixa confusa.

— Posso saber seu nome? — questiona.

— Ruby — respondo automaticamente. Não preciso dizer o meu nome, não quero que ninguém saiba quem sou.

— Aprendeu rápido — diz sarcasticamente.

— Posso saber por que do sarcasmo?

— Não disse o seu nome.

— Ruby — volto a repetir.

— Sim, é lindo o seu colar de Ruby. — Toca no meu colar. — Te deixa sexy, não consigo parar de imaginar em foder você vestida apenas com esse colar — diz com a voz rouca, fazendo um arrepio percorrer todo o meu corpo.

As suas palavras me deixam meio tonta. Humberto nunca falou comigo dessa forma e apesar do meu cérebro ter sido criado para abominar esse tipo de comportamento o meu corpo não pensa o mesmo.

— Eu não, eu...

— Não se preocupe, estou apenas imaginando, mas não irei fazer nada. Por aqui­. — Aponta me conduzindo pelo corredor escuro.

Não o respondo e me deixo conduzir. O calor da sua mão próximo ao meu quadril queima sobre o vestido chegando até a minha pele. Como esse desconhecido pode despertar essas sensações em mim? Até poucas horas atrás não seria incapaz de deixar outro homem, sem ser Humberto, me tocar, nem mesmo um aperto de mão. Agora um desconhecido está com a mão na minha cintura e eu aceito sem nenhum protesto e o pior ainda gosto.

DESCOBERTA DO PRAZER - Degustação Où les histoires vivent. Découvrez maintenant