16. Urucubaca

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No final do programa, algumas pessoas da equipe do programa vieram nos parabenizar. Aquilo estava parecendo até um casamento, quando os noivos recebem os cumprimento. Não aguentava mais sorrir e agradecer. Depois de todo aquele rebuliço, finalmente pude ficar mais um tempo com a Ingryd. Tiramos várias fotos e conversamos bastante. Pude conhecer um pouco mais do trabalho do Gustavo e da história dos meninos. Depois de inúmeras fotos com infinitas poses diferentes, voltamos pro hotel. Já passava da meia noite quando chegamos no saguão. Tudo estava vazio, exceto por alguns funcionários. Entrei na frente abraçada com Rogers, e logo atrás, a equipe. Todos estavam rindo, exceto Neyelle. Mas preferi ignorar aquele fato. A noite estava perfeita demais. Rogers me olhou sorrindo e me deu um selinho.
-Owwwn, que lindinhos!

Gigi falou, e nós dois olhamos pra trás sorrindo. Neyelle revirou os olhos e cruzou os braços. Ela fazia questão de deixar bem explicito que não estava feliz. Aquilo já estava incomodando os outros, e Jéssica tentou intervir.
-O que foi Ney? Que urucubaca que você está hoje hein?!
-Escuta aqui menina, se mete em minha vida não!
-Iiiih, não tá mais aqui quem falou!

Ela seguiu seu caminho pro quarto batendo pé firme, e se esbarrou em mim. Uma espécie de recado para nós dois. Rogers ficou irritado com aquilo.
-Ô menina, olha por onde anda!

Ela deu as costas pra Rogers e continuou subindo as escadas.
-Deixa ela amor, não vale a pena.
-Verdade lindo, esquenta a cabeça não!

Aroldo falou dando um aperto no ombro dele.
-Ai gente! Estamos em São Paulo, a cidade que não dorme nunca, vamos sair, comemorar a união desses dois!

Gigi falou toda sorridente. E logo começou o burburinho e todos ficaram animados com a ideia. Na verdade eu não estava muito afim de sair não, queria ficar agarradinha com meu namorado. Mas acabei cedendo à ideia. Todos foram rapidamente para seus devidos quartos se arrumarem. Rogers foi me levar até o meu.
-Ei, eu sei o caminho do meu quarto viu?!
-E se algum lobo mal aparecer? Quem é que vai te defender?
-Eu mesma ué! Dou uma surra de cabelo nele!

Rimos e ele me beijou. Não tinha desejo, só amor. O beijo estava intenso e nossas línguas se encaixavam perfeitamente. Meus dedos corriam por seu cabelo, enquanto suas mãos passeavam por minha cintura. De repente senti ele se afastando de mim, quando abri os olhos vi Thiago puxando ele pelo corredor pra ir se arrumar.
-Depois vocês namoram!

Ri daquela situação e entrei no meu quarto. Corri pro banheiro pra tomar um banho um banho rápido. Não me desfiz da maquiagem, daria penas alguns retoques depois.
Saí do banheiro e coloquei minha mala em cima da cama e comecei a revirá-la atrás de uma roupa adequada o suficiente para uma noitada. Sempre levava roupa pra todos os tipos de eventos. Eu nunca sabia o que me esperava depois das apresentações. Achei um vestido azul justo e um pouco curto, mas queria estar ousada naquela noite. Vesti e logo calcei um scarpin preto de plataforma (óbvio). Soltei meu cabelo e o joguei pro lado. Dei uma retocada na maquiagem, e dei uma conferida final. Procurei uma bolsa-carteira preta que combinaria perfeitamente com a ocasião. Tirei algumas fotos e mandei pra Natália avisando que estaria fora naquela noite. Deixei meu celular embaixo do travesseiro e fui em direção ao quarto de Gigi. Bati na porta e pra minha surpresa quem abriu foi Jéssica.
-Uau patroa! Tá linda hein? Isso tudo é pra agradar o bonitão é?!
-Deixa de onda menina! Só quis fazer um pouquinho diferente!

Nós rimos, e eu entrei no quarto. Jéssica estava com um vestido rosa de paetê beeem curtinho e Gigi com um vestido verde tão curto quanto o de Jéssica. Aroldo, que já estava arrumado, estava em pé apoiado na cadeira com cara de impaciente. Me sentei na cama de Gigi e fiquei observando tudo.
-Gigi, eu juro que se tu não sentar nessa cadeira agora, tu vai ficar com metade da maquiagem sem fazer!

Nem preciso dizer que ela saiu correndo e sentou na cadeira que estava na frente de Aroldo. Jéssica estava fazendo a própria maquiagem e estava ficando linda!
-Ô Jéssica, porque tu tá se arrumando aqui na Gigi?
-Porque Neyelle está com um mau humor terrível! Não quero que aquela zica passe pra mim, aí vim pra cá. Eu hein, ela tem que aprender a superar.
-Superar o que Jéh?!
-Aaah patroa, vai dizer que não sabe que a Ney é louca de amores por teu homem?!
-Sabia que eles tiveram um caso há um tempo, mas nada tão sério.
-Desde que eles terminaram, ela não aceita e vive se atirando pra cima dele. Mas ainda bem que Rogers é esperto, aquela menina é problema na certa. Abre teu olho com ela viu?

Fiquei pensativa. Será que Neyelle seria capaz de arrumar problemas por causa disso?! Jéh terminou de passar o batom, ajeitou o cabelo e calçou o sapato. Aroldo terminou a make de Gigi, que soltou o cabelo com uma jogada pro lado.
-Juro que se eu fosse hétero eu já estaria agarrando as três!

Nós rimos e saímos do quarto. Descemos as escadas rindo. Chegamos na recepção, Thiago, Rogers, Diego, Adriano e Raul já estavam nos esperando. Quando Rogers me viu, se levantou e prontamente veio falar comigo. Nossos corpos estavam muito próximos. Ele afastou uma mecha do meu cabelo que estava em meu rosto e sorriu pra mim.
-Você está linda!

Fiquei envergonhada, abaixei meu olhar e sorri. Ele levantou meu rosto com o dedo e me deu um selinho. Ele entrelaçou seus dedos nos meus e nós fomos saindo do hotel. Eles chamaram dois táxis, mas ainda sim não caberia todo mundo. Alguém teria que ir no colo, e claro, sobrou pra mim por ser a menor e por ser a acompanhada da noite. Não reclamei, afinal, melhor eu ir sentada no colo de Rogers do que qualquer outra né?!

Não demorou muito e chegamos na boate. Gigi tinha seus contatos e reservou um camarote open bar para nós. Entramos e fomos direto até lá. A música estava alta, mas não era barulhenta. A pista de dança estava convidativa.
-Vamos dançar príncipe?
-Vamos minha linda!

Quando estávamos levantando, Gigi chegou com um garçom e uma bandeja cheia de bebidas. Ela nos segurou pelo braço e nos puxou de volta até a mesa.
-Tratem de voltar, antes de irem podem virar a primeira dose que hoje a gente só sai daqui quando Dona Mendes Rammil não souber mais o próprio nome!

Todos gritaram e pegaram um copo. Não hesitei e peguei o meu também. Não tinha costume de beber, mas naquela noite estava disposta a fazer de tudo. Contamos até três e viramos a dose de uísque. Assim que eu engoli, fiz uma careta e todos riram. Rogers pegou na minha mão e foi me levando dançando até a pista de dança onde ficamos por um tempo.

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