Capítulo IV

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Capitulo IV

- Tenho que ir. – Deixei ele deitado na cama. -

- Por favor cara me ouve. – ele tentou levantar, cambaleou -

- Não temos nada para falar. – me virei para sair. -

Ele tentou levantar e claro caiu, bateu com a cabeça em uma cadeira e levou a mão a testa, estava sangrando.

- Merda Vini! Cara tu é muito idiota, tu tá bêbado e tenta correr. – que merda, detesto cara bêbado fica sem noção -

Tirei a camiseta e coloquei em cima do corte, tava sangrando.

- Segura isso. – Ele segurou e ficou olhando pro meu corpo, minhas tatuagens estavam todas a mostra. -

Fui até a cozinha, era pequena, peguei um pouco de água e levei pro quarto.

- Deita ai. - limpei o corte, era pequeno, estava parando de sangrar mas ia ficar feio, roxo

Ele segurou minha mão,

- Gus não vai, fala comigo. – ele ficou me olhando, os olhos estavam vermelhos, será que ele ainda estava bêbado? -

- Não existe mais Gus cara, ele morreu. – ele não soltava a minha mão. -

- Não pra mim, não faz assim comigo por favor. - ele me olhava e eu não conseguia fugir dele. -

- Falar o que? O que tu quer saber?? Quer saber o quanto eu sofri e penei quando fui largado na rua sem ninguém do meu lado, ou melhor sem aquele que dizia que estaria comigo pra sempre, é isso que tu quer saber? – eu explodi na hora, não devia ter feito isso mas eu tinha tanta coisa acumulada no meu peito. -

- Eu sei, eu não tava lá, não tenho desculpas a não ser dizer que eu não sabia o que estava acontecendo, quando cheguei na tua casa tudo já tinha acontecido, eu fui atrás de ti, mas caiu aquela chuva toda, tinha certeza que tu tinha ido pra tia Dafne e que estaria bem, fui te procurar no outro dia, eu queria te explicar tudo, mas tu não estava mais lá, por favor não vai, tô te implorando, só fica aqui, mesmo que tu me odeie e eu sei que te machuquei muito, eu nunca esqueci de ti, só fica aqui do meu lado por favor. -

- Acho que essa conversa não vai nos levar a nada, tenho que ir. – Eu não queria ouvir ele. -

- Cara fica aqui, não falo nada só fica aqui comigo por favor. - ele se segurou no meu peito, o corte começou a sangrar de novo, ele tava chorando, cara fudido, ele sabe que nunca consegui ver ele assim. -

Merda eu não podia deixar ele aqui sangrando e chorando, faria isso por qualquer um, não faria?

Coloquei ele na cama, eu precisava saber o que tava acontecendo, ele era rico, bem o pai dele era, como o pai dele deixava que ele vivesse aqui. Não que a casinha fosse feia, não era, mas se comparada a casa dele, bem, não era o perfil da família dele. Será que ele tinha essa casa pra encontrar alguma mulher?

A casa era pequena, estava arrumada, era simples mas bem cuidada, mas ele mal cabia naquela cama, lembrei do outro quarto, levantei e fui olhar, achei que tinha visto uma cama menor, vi um monte de brinquedo espalhado, meu coração acelerou, vi que era do Tavinho, tinha um quadro dos dois na parede, eles moravam aqui!!!

O que estava acontecendo?

Eu precisava de respostas voltei, e sentei do lado dele.

Ele tinha parado de chorar.

- Tua mora aqui?

- Sim a alguns anos, desde que, bem algumas coisas aconteceram, mas podemos falar sobre isso depois? – ele ficou me olhando os olhos vermelhos. -

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