Capítulo I

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Ola!

Antes de começar a ler o livro estou avisando que só tem os 5 primeiros capítulos. Eu mesmo detesto ler e chegar no meio do caminho e ai receber o aviso. 

Esse Livro ficou 3 anos na plataforma, e várias vezes em primeiro lugar. Ele está disponível no site da Amazom.com.br. Se quiser ter uma ideia comece por: Enterrar o passado - Claudio

Aqui na plataforma.

Para informações

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Grande Abraço

Capitulo I

Voltar a essa cidade depois de quase 10 anos.

Achei que nunca mais ia fazer isso na minha vida.

Aqui vivi os momentos mais importantes, bons e ruins que uma pessoa pode viver. Prometi a mim mesmo nunca mais voltar, mas quebrei a promessa por causa da única pessoa que sempre me apoiou.

Minha tia Dafne sempre esteve ao meu lado, mesmo quando todos me abandonaram. Ela sempre disse que o tempo curava tudo, mas nesses 10 anos eu não tinha sido curado, minhas feridas ainda estavam abertas.

Nos falávamos toda semana, ela era minha única confidente, era a única que sabia sobre os meus progressos, e de todas as batalhas que venci. 10 anos, e eu era diferente, não era mais aquele menino ingênuo e apaixonado, que teve sua vida exposta e destruída pelas pessoas que achava que iam ficar ao seu lado pra sempre. Mas eu não queria mais pensar nisso, estava ali para prestar minhas ultimas homenagens a tia Dafne, ia encerrar essa página da minha vida e seguir em frente.

Quando recebi aquela ligação no início da semana não acreditei, senti algo me rasgando por dentro. Larguei tudo e sai correndo, o Claudio cuidaria de tudo na minha ausência.

Quando parei na frente da capela, já tinha muitas pessoas da minha família, respirei fundo, não estava ali por eles e sim por ela.

Sai do carro, todos olharam em minha direção, pessoas que em sua maioria me viram crescer, mas muito provavelmente não iriam me reconhecer agora, hoje sou um homem completamente diferente daquele que saiu daqui, um homem não mais um menino.

Tinha 1, 90, corpo forte bem definido, branco, estava com meu cabelo curto quase raspado se não ele seria loiro, nunca mais teria cabelos compridos, algumas tatuagens apareciam pelo início do pescoço.

Definitivamente eu não era mais a mesma pessoa, sou forte, seguro não preciso de mais ninguém, afinal já estava com 28 anos não era criança, deixei de ser quando sai daqui.

Acho que dizia isso mais para me acalmar, a única coisa que poderia revelar quem eu sou são meus olhos, azuis da cor do céu claro, era o que ele sempre falava pra mim que dependendo do dia podiam ficar quase transparentes ... agora chega eu nunca mais iria pensar nele.

Quando entrei todos olharam em minha direção eu era estranho na cidade, pelo menos era o que achavam, meus óculos escuros escondiam meus olhos, e escondiam minha alma.

Quando entrei fui direto ao caixão, segurei a mão dela, ninguém iria estranhar alguém que nunca tinham visto segurando sua mão, ela passou a vida toda cuidando de órfãos e desabrigados, com certeza ali estavam muitos que vieram prestar sua última homenagem a ela, eu passaria por mais um.

Não queria olhar para os lados, sabia que meus pais estavam ali por perto. Nunca mais tinha visto eles, e se Deus quisesse nunca mais veria.

Olhei pra ela e comecei a chorar, estava muito emocionado, meus pensamentos iam e vinham do passado ao presente, e cometi um erro ... tirei meus óculos para enxugar as lágrimas.

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