Rodolfo

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Eu morava em uma cidade do interior, eu tinha muitos irmãos mas meus donos precisavam me doar. Fui adotado por Maria e Rodrigo, me adotaram porque Isabel queria muito um gato, então fui morar com eles. Não tive uma vida muito longa com eles, mas dos momentos que vivi ali, foram dos mais incríveis. Eu vivia livre, podia sair todos os dias e caçar sempre que eu tinha vontade, mas o mais especial de tudo isso é que eu tinha A MELHOR FAMÍLIA. Rodrigo dizia que não gostava de gatos, mas eu sentia que ele gostava sim de mim, eu dormia na cama com ele e Maria, e ele sempre me dava carinho.
Teve um dia, que eu e o Bino estávamos na garagem, procurando um rato que tinha entrado ali, não conseguimos pegar o rato, depois fui pro quintal do vizinho tentar pegar os passarinhos que sempre ficavam no gramado -que arrependimento-
Os dois cachorros me atacaram (capetas!) , lutamos muito até Maria perceber minha falta e me achar no quintal. Marcos pulou o muro e me pegou de lá, eu estava muito machucado e cansado, me levaram pra dentro de casa, me deram alguns remédios, mas Isabel não aguentou me ver sofrer daquele jeito e insistiu pra Maria me levar no veterinário. Ouvi Maria dizendo que ela estava com os últimos 50 reais do mês, mas Isabel chorava e Maria decidiu me levar no veterinário. Maria me enrolou em uma toalha, Isabel pegou uma sombrinha pois o sol estava muito forte, e fomos para o veterinário. O doutor Paulo me examinou e me deu uma injeção, mandou voltarmos pra casa que ele ligaria pra ver meu resultado. Voltamos pra casa e Isabel me colocou em cima da cama com um ventilador ligado pra mim, eu sentia muita, muita dor mesmo no meu pulmão e no meu estômago.
Eu peço desculpas por ter feito Isabel chorar daquele jeito na hora da minha morte, peço desculpas por ter ido pegar passarinhos, coisa que Isabel sempre achou errado. Desculpa, Isabel.

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