Mudança de cidade (Síssera)

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Como Rodrigo estava muito doente, na cidade em que morávamos não tinham muitos recursos paro o tratamento de sua doença. Foram alguns anos que a família tentou se mudar, vender a chácara para morarem em um lugar melhor para Rodrigo, mas só em março de 2013 recebemos a notícia que conseguimos uma casa na capital. Em maio, estávamos todos prontos para nos mudar. Maria fez uma gaiola de transporte pra mim e me deixou presa ali dentro até que colocassem toda a mudança no caminhão, o Bino ficou preso dentro do carro, porque o cara era espertinho e todos nós sabíamos que ele iria fugir pra não ir embora. A felicidade da família era visível.
Marcos já tinha se mudado um mês antes, já trabalhava e estava estudando em um colégio próximo a onde iríamos morar.
Chegamos na nossa nova casa, era um sobrado pequeno ao lado da casa da 'vó Tereza e do vô Zé'. Pensa num lugar aconchegante, do lado da casa dos avós! Foi um dos dias mais felizes para Isabel, estar com toda a família reunida e perto dos amigos que ela já tinha ali no bairro.
Quando nós mudamos, como o lugar era pequeno e o terreno tinha pouco espaço, Rodrigo aceitou que eu dormisse dentro de casa, no quarto de Isabel. Um dia depois, consegui escapar, eu estava curiosa e queria conhecer o lugar novo. Pulei a janela do quarto, pulei no telhado da casa da Vó Tereza e fui explorar o novo território. Fiquei algumas horas fora, descobri um terreno enorme vizinho da casa da vó Tereza, lá tinham muitos insetos e alguns ratos pra eu caçar, mas me dei mal, a velha dona do terreno, conhecida Dona Elza, não gostava de gatos e não pensou duas vezes pra me jogar uma lata com óleo diesel, saí correndo e consegui chegar em casa. Lambi meu pelo, nossa! O gosto era horrível. Expeli tudo pra fora e comecei a babar hahaha.
Como eu e o Bino podíamos ficar dentro de casa e eu o detestava, eu tinha costume de fazer minhas necessidades na cama dele, só pra sacanear mesmo. Bom essas foram as partes boas.
Logo, a família começou a reformar a casa e Rodrigo começou a fazer a quimioterapia. Foram momentos difíceis para Isabel e a família. Percebi que Isabel começou a apresentar sintomas de depressão, mas isso só eu e o Bino conseguíamos notar.
Rodrigo, já tinha uma história triste desde jovem, quando perdeu sua mãe, depois teve um casamento que não deu certo e mais sua doença. Claro que isso prejudicaria muito a saúde mental da família, principalmente a do Rodrigo.
Rodrigo, um tempo depois encontrou uma gatinha filhote numa caixa de sapato, na frente do seu portão, era uma dia muito frio, então Rodrigo à trouxe para Isabel. Desde que Sansão, meu filho morreu, eu nunca mais gostei de outros animais, eu me irritava muito fácil e gostava da atenção da família só pra mim. A adoção dessa gatinha foi ruim pra mim, mas não deixei de amar Isabel da mesma forma de sempre. O nome dessa gatinha era Zoraide, e logo depois Marcos decidiu adotar mais um gatinho, seu nome era Godão, Godão de algodão, por ele ser branco. É sério isso? Mas que diabos de nome é esse, Marcos? Éramos em 3 gatos em casa, mais o Bino. Eu tinha meus costumes de sair, dar umas espairecidas todas as tardes. Uma tarde, decidi sair, mas decidi não voltar mais, hoje moro em um sobrado, ainda perto da casa de Isabel. Eu ainda a amo, mas não amava seus outros animais. Obrigada por tudo, família, meus pêsames pelo acontecido em 2016. Passo a história para Zoraide contar agora.

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