||capitulo VIII - O fogo consome||

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Kethellen Cristhina:

Eu não queria acreditar no que estava acontecendo na minha vida, minhas lembranças estão nessa casa, tudo.

— Você escutou essa voz? — perguntei para saber se estava ficando maluca ou essa era a dura realidade.

— Infelizmente não sou surdo. — Ele respondeu olhando para os lados. —Cadê você, aberração? —gritou, com raiva.

— Ian! — gritei ao vê-lo sendo jogado pelo ar, e logo depois caindo no chão. — Você está bem? —Corri para ajudá-lo a levantar.

—Estou. — Berrou. —Covarde, escondendo-se — afirmou irritado.

Eu realmente pensei que seria grosseiro novamente comigo, como: Não está vendo garota que não estou bem.

O lindo garoto do meu lado sorriu para mim como se pudesse entender meus pensamentos, é a sensação que tenho.

—Pare de provocá-lo. Liga para emergência —Esbocei um sorriso meio torto, entreguei o celular e o mesmo assentiu. Quando o vi ligando, comecei a correr para dentro da casa.

—Doida, volta aqui! Que merda você pensa que está fazendo? —ele gritava ao avistar-me correndo, tirei os saltos pela dificuldade de andar, finalmente entrei na casa.

—Salvar meus pais. —Tentei não chorar ao ver a casa em chamas, está em um ponto crítico, o fogo consumiu tudo ao meu redor, estava cercada. — Mãe! Pai! —Exclamei, chamando todos, estou no meu limite. Olhei desesperada por todos os cantos da casa, não obtive resposta.

— Kethellen! Eles não estão na casa! — Ian diz, como ele saberia disso? Ele começou a correr em minha direção. Como ele saberia?

Ian estava tão perto de entrar, mas a porta fechou-se sozinha. Olhei incrédula a porta que antes encontrava-se aberta sendo fechada sozinha, imediatamente quando Ian chegou perto, batia na porta com força com os punhos fechados.

—Ian...

Encostei-me na porta. Por favor não vai embora, me ajuda.

—Se afasta, vou tentar arrombar. — Ele tentou várias vezes e nada. O Fogo só aumentava cada vez mais, afastei da porta indo para escada, subi para procurar meus pais. Ainda tenho esperança de encontrá-los, pois escutei alguém chamar por socorro.

Comecei a tossir com frequência e em sequência, preciso encontrar uma janela, avistei os quartos, mas todas as portas se fecharam em um ato violento, porém o meu quarto era o único caminho livre do fogo. O invisível estava aqui dentro, tenho certeza. Portas não se fecham sozinhas.

—Deveria ter medo do fogo, como não teria com essa cara queimada? — provoquei para ele aparecer, mas saiu um tom baixo.

— Você é inútil, e tão fraca que ninguém interessaria em querer você, ninguém leria uma história com um personagem principal fracote. —O invisível apareceu de braços cruzados em minha frente, levei um susto, mas tentei sorrir para demonstrar o oposto.

— No começo o personagem pode ser medroso, mas a cada dificuldade o mesmo acaba se fortalecendo, vale a pena ver o crescimento de alguém e o quanto lutou para ficar de pé.

Entrei em sua brincadeira de associar-me ao um livro ou apenas quis ser defendida.

— Essa é sua desculpa por ser fraca? Todos querem torcer por alguém que já é forte porque tem a curiosidade de saber quando vai ser derrotado. E você é simplesmente um alvo fácil para derrotar.

Tossi novamente, cada vez mais sem ar, preciso de alguma coisa para derrubar a porta, porém tenho o corpo frágil que não aguenta muito peso, sei da possibilidade de não dar conta, mas mesmo assim proporciono chutes na porta do quarto. Admito que arrependo-me de deixar o salto alto para trás.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 01, 2019 ⏰

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