||capítulo V- Sonhos||

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Sonhos deveriam ser apenas sonhos e não o inferno.

Kethellen Cristhina

—Você... matou... Lucy?

—Matei ela, com meu super grito. Foi tão fácil, mas com você é mais divertido, seu medo é divertido.

Meu coração acelerou, como é possível Lucy ser assassinada por algo desconhecido? O medo tomou conta de mim, me tornei incapaz de se mover.

—O que é você?

Olhei imediatamente para porta que foi aberta, as luzes foram acesas. O que Ian está fazendo aqui?

— Você de novo, nos veremos novamente.  Aquela coisa invisível foi embora, escutei passos longes. Suspirei aliviada.

—Eu não ia te deixar sozinha no estado que está, fiquei escondido nas escadas. —Ian explicou o motivo de aparecer, fechou a porta.

—O-obrigada.

Embora não chego a sentir alívio, entretanto olhando para seus olhos claros atentos em cada detalhe do ambiente para verificar se estava segura, comecei obtendo a sensação de segurança.

Ian sentou na maca com uma distância próxima, esticou seus braços de um jeito cansativo tocando levemente o lençol branco do hospital e nossos dedos, quase se tocaram.

—Ele quer alguma coisa de mim, mas não tenho a mínima ideia do que seja. 

—Transformar sua vida no inferno? — questionou.

—Ele chegou atrasado. Ela morreu!

Começo a rir para não chorar, mas estava no meu limite em suportar o choro. Ainda não acredito que Lucy foi assassinada, e como minha família pode pensar que chegaria ao ponto de me suicidar, sou muito covarde para isso.

Pegou na minha mão e a segurou com carinho, de repente entrelaçou nossos dedos em perfeita junção. É nesses momentos que percebemos os verdadeiros amigos, ele poderia apenas ter evaporado quando viu algo fora do normal, mas foi totalmente o contrário, ficou comigo para evitar problemas.

— Você agradece demais, não somos amigos para isso. — Comentou, as palavras pesaram tanto em mim, porém, suas ações já bastam para convencer que criamos um laço de amizade.

—Penso diferente. — Seria uma boa hora para perguntar se nós já se vimos antes? Sonhei com ele. Melhor permanecer no silêncio.

— Você não parece o tipo de garota que provocaria uma guerra contra um fantasma, você é muito medrosa.

— Só se for na vida passada... Acha mesmo que possa ser isso? Não consigo lidar com os vivos, imagine outra coisa. —Desvio o olhar com pensamentos confusos. —Ian... melhor você ir embora, não se envolva. É muito perigoso.

—Garota, você não me diz o que devo fazer, entendeu?

—Antes de conhecer você, eu son...

— Sabia, quem não sonharia? Sou lindo de morrer. — ele diz, com um sorriso de lado. Que convencido.

— É sério. 

Quem sou eu? Quem é Você?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora