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Miami, Florida , EUA -
Dezembro, dia 12, domingo.

– Amanda– escuto Gustavo me chamar e abro os olhos.

– Oi– digo ainda sonolenta.

– Chegamos na sua casa– Kevin diz colocando outro endereço no telefone

–Valeu– digo ajeitando o cabelo e me despeço antes de sair do carro– O que foi?– pergunto vendo Gustavo sair do carro.

– Está cansada, vou levar sua bolsa para você– ele diz como se fosse obvio enquanto abre a mala do carro.

– Não precisa– digo enquanto ele me ignora e coloca a mochila nas costas.

– Relaxa, ontem toda merda aconteceu por minha causa, é o mínimo que posso fazer– ele diz indo até a porta.

Abraço Brenda e me despeço mais uma vez dela e Kevin antes de ir para a porta.

– Obrigada– agradeço pegando a mochila– Não fez nenhuma diferença– ele ri.

– Desculpa por ontem, se precisar de alguma coisa pode...– a porta se abre atrás de mim e me viro encarando Lucas.

– Se precisar de o que?– ele pergunta cruzando os braços e rio incrédula pela maneira ríspida que ele fala– Não me avisou que ia dar carona para esse cara quando veio perguntar se Amanda podia ir com você– Lucas grita para Kevin e entro em casa o empurrando sem nem trocar mais nenhuma palavra com o pessoal do lado de fora.

– O que você está fazendo Lucas?– pergunto depois de fechar a porta– Como você entrou?

– Não acredito que veio com ele– ele diz passando as mãos pelo cabelo.

– Vim com Kevin, nem troquei nenhuma palavra com ele no carro– forço uma risada– Não que eu precise te dar satisfação de algo. Como você entrou?– repito.

– Rosa abriu para mim, expliquei a situação para ela.

– Também disse que dormiu com outra?– pergunto arqueando uma das sobrancelhas e ele respira fundo antes de eu o impedir de falar– Eu não quero saber, foi ridículo a briga de ontem e te disse tudo que poderia mudar sua mentalidade, acordar hoje e ter passado por aquela cena de todos me olhando na mesa por você ter dormido fora com a sua ex foi o ponto final mesmo depois de tudo que eu disse foi o ponto final para mim– vejo seu maxilar travar e passamos alguns segundos em silêncio enquanto sinto as lágrimas que estão por vir.

– Você está falando sério?– ele quebra o silêncio e consigo apenas concordar com a cabeça antes de abrir a porta.

– Se você me ama por favor vai embora agora– peço e ele passa pela porta sem demonstrar nenhuma reação.

Pego minha bolsa do chão e subo com ela para o meu quarto, a jogo novamente ao lado da cama e vou para o banho.

Posso não estar sendo o mais racional possível nesse momento mas cresci por anos vendo minha mãe perdoar traições e agir como se nada tivesse acontecido, não quero passar por isso também.

Saio do banho depois de longos minutos ou talvez uma hora inteira e demoro ainda mais fazendo meus cuidados com o corpo e rosto.

RicherdsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora