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Miami, Florida , EUA -
Julho, dia 7, terça-feira

– To com fome– Lari resmunga.

– Tem problema chegar um pouco mais tarde em casa?– Lucas me pergunta.

– Por que?

– Vamos comer alguma coisa.

– Ta bem– concordo e ele dirige até um restaurante fast food

Saímos do carro para pedir lá dentro e Lucas fica na fila enquanto me sento com Lari na parte aberta das mesas onde tem um brinquedo gigante.

Lari vai até o brinquedo e fico a olhando ali por alguns minutos.

– Aqui– Lucas diz colocando a bandeja na mesa e chamo Lari com as mãos mas ela faz um sinal dizendo que já vem e ele me entrega um sanduíche– Eu não faço ideia de qual você gosta mas se eu me lembro direito você costumava pedir esse.

– É o que eu gosto– digo pegando um refrigerante– Valeu.

– Vou pedir pra Lari vir logo, você tem hora pra chegar em casa.

– Não– digo dando um gole no refrigerante.

– Seu pai é rígido com os horários, não quero ele me batendo– ele brinca.

– Meu pai não mora mais comigo e com a minha mãe– digo forçando um sorriso.

– Não?– eu nego.

– Ele saiu faz uns meses mas aparece as vezes, normalmente nos jantares com outras pessoas.

– Não sabia– dou de ombros.

– Ninguém sabe, eles não querem mostrar que estão se separando.

– Cade o meu lanche?– Lari pergunta se jogando em cima da cadeira.

– Aqui– Lucas entrega e a vejo acenando para um garoto assim que acaba de comer.

– Fez um amiguinho novo no brinquedo?– pergunto.

– Meu namorado– Lucas se engasga com o refrigerante e eu começo a rir.

– Seu o que?– ele pergunta.

– Namorado.

– Não é mesmo– Lucas diz.

– Vanessa disse que eu posso namorar, e que é muito legal

– A Vanessa é retardada e você só vai saber se é legal quando for mais velha.

– Só ta falando isso porque não namora– ela diz cruzando os braços.

– Não namoro porque não quero– ele discute com a criança enquanto eu gargalho.

– Se namorasse ia ser menos chato– ela diz dando língua.

– Não ia, quando eu tentei ter meu primeiro namorado ele também brigou, e ele namorava na época– digo.

– Você era muito nova, ainda é– ele diz como se fosse óbvio.

– Lógico que não, tenho dezessete anos– digo e ele fecha os olhos respirando fundo.

– Continua uma criança Amanda– dou o dedo do meio para ele.

– Ou isso é feio– Lari me repreende.

– Foi mal– digo sem graça.

– Quero tomar sorvete– ela. diz franzindo a testa.

– Vou comprar– Lucas.

– Vou com você– digo me levantando.

– E eu vou voltar para o brinquedo– ela diz saindo da mesa e levo a bandeja até o lixo antes de ir para a fila do sorvete.

RicherdsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora