PARAR

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Os raios solares se desfazem em cores infinitas, que acalentam o espírito de Heloá, no Galeão. Ainda faltam algumas horas para o voo, mas não podia permanecer no apartamento de Alex. Chegou a dormir num quarto de hotel próximo ao aeroporto. Ansiosa, não aguentou permanecer mais um segundo durante o dia naquele lugar. Ora para que o ex noivo fique bem, encontre a mulher certa para a vida dele, a que o fará um dos homens mais felizes na face da Terra, bem como, ela pretende fazer isso com certo alguém. Só de pensar nele um sorriso saltita, inesperado e bem-vindo. Escuta o celular anunciando uma chamada.

― Oi, Sassá!

― Hum, pela alegria nessa sua voz a coisa foi boa com o Alex.

― Na verdade estou voltando.

― O quê?

Heloá pode jurar que até ouve o pulo dela do outro lado da linha.

― Bom, estou no aeroporto, aguardando, tem umas horinhas ainda, devo chegar a noite.

― Você está falando sério? ― Sabrina mal se aguenta de felicidade. ― Vai morar aqui de novo? É isso?

― Provavelmente. ― Ri do estado da amiga.

A ex policial afasta o aparelho do rosto com o grito agudo de Sabrina.

― Que hora você chega, vou te buscar!

― Não precisa, pego um táxi.

― Faço questão!

Sabrina grita tanto de felicidade que Heloá mais mantém o celular longe do que perto e a conversa se contagia, tornando um fim de tarde mais tolerável para a viajante, já que volta e meia pensava em Alex, num ciclo constante de orações por ele.

O telefone sem fio é encaixado na base e Débora se olha mais uma vez no espelho, ajeitando a microssaia na cintura. Joga um beijinho para si mesma e sai, fechando a porta do quarto. Desce a escadaria da mansão, chegando à sala de entrada. Avisa que não tem hora para voltar e logo está no banco de passageiros do carro de Vinny. Dá um selinho no loiro, sorrindo com a cara feia dele.

― Não me provoca, mocinho.

― Põe o cinto de segurança e não me beija mais assim. ― Diz tentando ficar sério. ― Estamos saindo como amigos.

― Sei disso, você deixou bem claro quando te liguei. ― Veste uma expressão de safadinha, encaixando o cinto. ― Aliás, chegou bem rápido, estava por perto ou fica me vigiando?

― E você ficou pronta bem mais rápido. ― Joga de volta aos risos. ― Eu estava com o Caio no Tripp, foi só fazer a rotatória e subir para cá. O cara me pagou umas cervejas e tentou me convencer a substituir umas aulas dele na faculdade. Você me salvou, não estava nem um pouco a fim de concordar a ministrar aulas. Agora, mil vezes uma festinha com você. ― Pisca para ela.

― Saco, estava torcendo para ser a segunda opção, amaria ter você me vigiando o tempo todo... o tempo todo mesmo.

O loiro cai na gargalhada e ela o acompanha, endireitando-se de lado para ele, pronta para revelar o real motivo de querer vê-lo.

― Senta direito... ― Olha para ela. ― Que cara é essa? Déb... está aprontando alguma.

― Várias, na verdade, mas agora é com você! ― Passa os dedos brincalhões pela carne macia da orelha dele. ― Estou bolando planos para te ajudar.

― Me ajudar? ― Franze a testa curioso.

― Sim, com a outra. ― Dá de ombros, sorrindo, como se fosse a coisa mais natural do mundo. ― Você não me quer...

Dual_2Where stories live. Discover now