Capítulo 7

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  POV Paul   

Nova York - Ano 2017 

O celular desperta exatamente as 7:00 da manhã. Tenho que estar na empresa as 8:00 horas para uma reunião importante com um fornecedor. Dou uma espreguiçada e vejo a foto do meu pai ao lado do celular que berra um som chato. Pai, que falta você faz....desde aquele dia que ele morreu tudo na minha vida mudou. Deixei de ser um moleque e me tornei homem....todas as responsabilidades vieram até mim como uma avalanche. 

O velório do meu pai foi o local mais triste que estive na vida. Fiz questão de providenciar tudo e até ver seu corpo assim que cheguei naquele hospital. Meu chão sumiu ali e eu nunca mais encontrei. É como se eu vivesse uma vida que não é minha, cheia de responsabilidades, dinheiro e comandando uma empresa que cresceu muito desde então. 

Fiz faculdade de administração e me formei ainda pouco. Eu precisei fazer porque de fato eu sabia muito pouco. Mamãe me ajudou e ajuda no que pode mas eu sou o homem que comanda tudo. Com os estudos atualizados, fiz com que nosso negócio crescesse muito no mercado. As tecnologias e esse lance de meio ambiente vieram com tudo e tento ser o mais sustentável possível em nossos produtos, o que fez com que eu me destacasse nos negócios. O "jovem empresário herdeiro de uma grande marca" que conseguiu se afortunar ainda mais. 

Fiz uma seleção com meus funcionários. Trabalho com uma equipe e não tenho ninguém naquele método antigo de "mandar e obedecer". Isso fez com que tudo crescesse ainda mais...temos pessoas realmente qualificadas e por dentro do que rola de mais tecnológico no mercado. Sou eu quem faço as reuniões, que participo de praticamente tudo, mostrando produtos novos, fazendo novos negócios e até participo de reuniões da empresa em outros países, quando possível.

Não tenho tempo para praticamente nada. Aquela vida de noitada acabou desde aquela noite em Los Angeles. Logo que voltei de lá e já no velório do meu pai, conheci todo tipo de pessoas...as realmente solidárias, as interesseiras como a vagabunda da Rebeca...enfim. Falando nela, nós tivemos uma briga feia assim que coloquei meus pés na empresa. No velório já foi um saco ela fingindo lágrimas e colada em mim o tempo todo...depois, quando cheguei ela estava se achando perante os demais funcionários... já se achava a mulher do chefe e isso me fez pegar um ódio tremendo dela.

Lembro que ela entrou na minha sala toda sorridente: 

- Oi benzinho! Te trouxe um café!

Naquele dia eu não sabia por onde começar, estava com a cabeça a mil e a dias sem dormir. Tinha coisas do meu pai exatamente como ele deixou antes de sair naquele maldito sábado. Não sei se isso foi o motivo, mas eu já dei alguns berros:

- O que você tá fazendo aqui Rebeca? Eu deixei a secretária avisada que não queria que ninguém me incomodasse!!!!

Ela caminhou até mim e começou ou melhor tentou fazer uma massagem em meus ombros:

- Calma querido! Só vim saber se está tudo bem por aqui...

- Me solta! Eu não preciso da sua massagem! Cai fora daqui! E quanto a estar bem? Nossa, eu estou ótimo!!!! Tá vendo como minha vida está maravilhosa????

Ela me olhou sem graça e se encostou na mesa:

- Credo Paul que bicho te mordeu? Eu sei que a barra tá pesada, mas vamos acalmar! 

- Rebeca sai, por favor!

- Paul...

E então eu gritei:

- SAI DA MINHA SALA! 

Ela tentou chorar e eu a peguei pelo braço, a colocando pra fora e com uma platéia nos assistindo. Lógico que mais do que depressa, ela ligou para minha mãe e contou o que tinha acontecido né? Pois logo ela chegou e entrou brava comigo:

Mais Uma VezOnde as histórias ganham vida. Descobre agora