CAPÍTULO 11

5K 525 238
                                    


Rafael foi para casa confuso e surpreso. Não sabia porque Caio o havia beijado, mas a verdade é que tinha gostado. Foi estranhamente bom o beijo de Caio, diferente de todos os beijos que havia dado na vida. Parecia mais puro, especial... Ele sentiu algo diferente quando Caio o beijou, algo que nunca havia sentido antes. O que isso queria dizer?

Ele sabia que amava Caio, disso nunca teve dúvida. Mas era um amor de amigo, não era? Eles eram melhores amigos e melhores amigos não costumam se beijar. Além do mais, ele nunca sentiu atração por nenhum garoto, então isso queria dizer que ele não era gay, certo? Mas porque foi tão bom? Se viu pensando novamente na maciez dos lábios de Caio e o tal sentimento diferente voltou, ele não sabia explicar o que era... Sentiu que iria enlouquecer se continuasse pensando nisso, então se obrigou a esquecer o que aconteceu e dormir.

***

Caio entrou em casa sentindo como se seu coração fosse sair para fora. Passou pela sala e nem percebeu que Amanda o chamava.

— ... Caio!

Então olhou para ela.

— O que aconteceu? Por que essa cara?

— Nada não. Eu só estou com dor de cabeça. Eu vou dormir.

— E não vai nem jantar?

— Não, eu não estou com fome.

— Vish, então você está mal mesmo.

Caio não respondeu nada, apenas saiu e foi para o seu quarto. Antes de dormir, pensou em tudo que tinha acontecido e decidiu que falaria para Rafael o que sentia por ele. Agora não importava mais, seria tudo ou nada.

***

No dia seguinte, Rafael passou na casa de Caio e foram para a aula juntos, como todos os dias. Mas, diferente dos outros dias, ficaram todo o caminho em silêncio. Era como se houvesse uma barreira entre eles, algo que impedia que eles se aproximassem de fato. Caio queria muito saber o que se passava na cabeça de Rafael. "Será que ele está chateado?" pensou. Mas o amigo permanecia totalmente fechado para ele.

Quando chegou na sala, procurou por Lili, precisava falar com alguém, mas ela não estava lá. "Droga, Lili! No dia em que eu mais preciso de você!" pensou. O dia passou se arrastando. No almoço falaram muito pouco um com o outro e o clima entre eles permanecia frio e distante. Caio sentia que não conseguiria suportar aquilo. Tentou tocar no assunto do que aconteceu na noite anterior, mas Rafael o cortou. Claramente não queria falar sobre isso.

No fim da tarde voltaram para casa e Rafael já estava indo embora após um "Tchau." bem seco, quando Caio o segurou pelo braço e disse:

— A gente precisa conversar, Rafa. É sério. Vamos ficar com esse clima pesado até quando? Precisamos falar sobre o que aconteceu em algum momento. – como Rafael não disse nada, ele continuou. – Vamos entrar. Por favor.

Então Rafael balançou a cabeça em sinal de afirmação. Em seguida entraram e foram para o quarto, onde poderiam conversar sem serem atrapalhados. Caio não sabia por onde começar a falar, e o silêncio de Rafael só piorava tudo.

— Olha, Rafa, ontem você me perguntou por que eu te beijei e eu disse que eu não sabia, mas a verdade é que eu sei porque eu fiz isso. – respirou fundo e olhou bem nos olhos de Rafael. - Eu quis te beijar porque eu te amo. Não "eu te amo" como um amigo, mas algo mais. Eu estou apaixonado por você, Rafa.

— Apaixonado? Como assim apaixonado? Desde quando?

— Desde o acidente. Quer dizer, depois do acidente foi quando eu percebi, mas com certeza eu já sinto isso há muito tempo. Quando eu te vi quase morto algo dentro de mim se acendeu e eu vi o quanto eu te amava, que esse sentimento era diferente de um amor de amigo. O medo me fez perceber que eu estava apaixonado por você.

No teu abraçoWhere stories live. Discover now