- E sua digníssima esposa não vai?

- Ela e Alicy foram mais cedo para ajudar a Nathalia.

- E você ainda me pergunta se eu vou? Claro que vou! Em qualquer lugar que ela estiver, eu estarei também.

- Menos, boy. Bem menos. Pode tirar o pé do acelerador, porque você sabe que ela não vai gostar nada de te ver por lá.

- É o que vamos ver, pirralho.


A festa já estava bem animada quando chegamos, e havia muito mais gente do que eu imaginava. Burrice a minha, pois Nathalia sempre foi exagerada e adorava ser o centro das atenções.

Assim que me viu, Alicy fechou a cara e, depois disso, durante toda a festa ela me evitou.

Eu tinha concordado em fazer o possível para ter uma boa convivência com ela, mas em nenhum momento falamos, ou ela me pediu, para me manter distante ou não tentar uma aproximação.

A festa estava bem legal. Dancei, bebi, revi pessoas que não via há muitos anos e conversei bastante com o pessoal da época do colégio. Me diverti muito ouvindo os pensamentos das pessoas, e principalmente os da mulherada. Não que eu seja um homem convencido, mas ouvi-las me desejando era uma carícia e tanto para meu ego que estava bastante murcho nos últimos tempos.

Timot e eu fizemos algumas gracinhas quando resolvemos usar nossos poderes para animar um pouco mais a festa: algumas meninas dançando em cima da mesa. Alguns caras dando em cima de outros. Mas tivemos que parar quando a mocreia da Alana nos pregou um sermão, por pensamento, quando estava a quilômetros de distância, ainda dançando animadamente com seu grupinho de amigas. Mas essa coisa dela de "não brinque com seus poderes" foi literalmente por água abaixo quando ela escutou o pensamento de uma garota que estava se derretendo pelo meu irmãozinho "gostoso". Alana usou seus poderes para esfriar muito a água da piscina, e jogar a garota nela. Sério, Alana não usava seus poderes em vão, mas quando fazia, dava até medo.

A garota saiu da piscina batendo os dentes a beira de uma hipotermia, não parava de tremer e sua boca estava roxa, quase preta. Tudo aquilo assustou um pouco as pessoas, pois a galera ficou apavorada quando viram o estado da menina. A coisa foi tão feia que foram até checar a temperatura da água, mas Alana já tinha dado seu jeito e a água estava em sua temperatura normal.

Foi engraçado ver uma boa parte das pessoas indo embora dizendo que aquela casa era assombrada. Minha cunhadinha agiu tão sem pensar que, além de quase congelar a água, ela simplesmente arrastou a garota do lugar onde ela estava, que por sinal era bem longe da piscina, e a jogou com tanta força que parecia que a menina pesava uma tonelada, com a quantidade de água que espirrou pra fora, inclusive molhando alguns dos convidados.

Nathalia se desesperou quando viu sua festa esvair, porque assim que começaram a falar que a casa era mal assombrada, Alana se irritou tanto que provocou um vendaval e fez as luzes se apagarem, fazendo com que o restante das pessoas também fossem embora se borrando de medo.

A anfitriã quase chorou quando viu o fim "trágico" de sua festa, mas logo se animou quando tudo voltou ao normal e percebeu que ainda restavam alguns convidados, convidados esses que eram os únicos que sabiam que a casa não era mal assombrada coisa nenhuma, ou seja: eu, Timot, Alana, Alicy, Joaquin e seu namorado, e alguns amigos mais chegados da Nathalia.

Como sempre, a dona da festa que adorava uma bagunça, aumentou o som e fez com que seus convidados restantes, se divertissem muito, e confesso que realmente me diverti.

Além do Poder - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now