Por uma brecha- A Outra dimensão.

6 - Novata?

Como sempre, eu estava jogada no meio da cama como se eu tivesse desmaiado e quase quebrado o pescoço na queda. Bem, eu estava roncando até que uma doce almofada em forma de de coração partido atingiu meu nariz. Acordei desorientada, levantando e no mesmo instante sentindo a parede azul colidir com meu crânio. Se doeu? Bem, acho que os ossos acima de meu cérebro se partiram outra vez.

—Rosena, que m... – Bufei e esfreguei os olhos.

—UMA NOVATA! MALLY, VAI SE ARRUMAR, TEM UMA NOVATA AQUI! VAMOS! –Os gritos me deixaram surda.

—E eu com isso? Novatos e novatas entram o tempo todo. – Olhei para ela.

—Mas é diferente! Ela é alemã, EU SEMPRE QUIS CONHECER UMA ALEMÃ!– Rose saltitava.

—O Aleff é alemão. –Resmunguei.

—Anda logo, ou minha mão que vai decolar na sua cara.

Tomei um banho rápido e pus o colete de Della Peste por cima de uma blusa que ia até os cotovelo, de cor cinza que parecia um moletom. Calça jeans preta rasgada e tênis cano alto, fui com Rosena que usava um vestido cinza e preto com botas lindas de morrer.

Bem, chegamos até o pátio principal depois de andar e ouvir Rosena reclamar dos calos que as botas faziam,  olhei para os lados e vi: uma garota um pouco menor que eu, usava uma calça jeans desbotada, moletom  preto e um gorro cinza. Seu cabelo era verde água, olhos azuis e cílios alongados, porém um tanto menores. Havia sardas em seu rosto, embora sua pele fosse tão branca quanto neve.

—Beleza Rose, e o que vamos fazer agora? – Suspirei.

—Socializar. – Ela andou até o Inspetor Griisy, que estava acabando de sair do pátio após orientar a alemã, empolgada.– Sr! Qual o nome dela?

—Calma, Rosena. O nome dela é Moon, apelidada de Lua. Agora tenho que ir. –Ele acenou e saiu apressado.

Rosena parecia não ter se conformado muito com aquela resposta tão apressada, mas mesmo assim me puxou até a garota.

—Oi! Sou a Rosena, e esta é a Mally. – Eu falei um "oi" baixo, s então Rosena prosseguiu– Então, como vai?

—Oi. –Lua respondeu, um pouco desatenta. Até que algo acendeu em sua mente, e ela me olhou dos pés á cabeça – Filha do regente?

O que me deixou de cenho franzido foi o tom que ela usou. Parecia desprezo,  mas apenas ignorei. Não é toda a filha de um chefe que precisa ser metida, ter vários amigos e ser poderosa.

—É.

—Ótimo, mais uma riquinha importunada na minha vida. – Ouvi ela murmuraram baixinho,  tive vontade de mandá-la para o inferno, mas fui calma e simplesmente virei as costas.

Pouco tempo depois, Rosena veio falar comigo.

—Por que saiu daquele jeito? –Seu tom era ingênuo.

—Por acaso você é surda? – Olhei para ela– Rosena, essa garota não sabe nada sobre mim e quis julgar. Da próxima vez, vou mandar sua miserável existência pro inferno.

—EI! EI! CALMA! – Rose se jogou na cama – Acho que ela estava apenas irritada.

—Acho que ela é fresca. –Retruquei, ouvindo o toque para a primeira aula do dia que começara mais tarde, aula prática.