CAPÍTULO VINTE E UM

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— Ela foi ao banheiro filho. Mas, não voltou até agora. — diz ela.

— Não voltou? E quanto tempo faz isso?

— Não sei, mas tem um bom tempo.

— Vou comer alguma coisa e já volto. Eu te amo. — beijo a testa dela.

Minha barriga roncava de fome, então fui para a cozinha, porém no entre as duas salas eu ouço alguns sussurros muitos suspeitos, vinham do escritório, minha curiosidade me guia até o local, vejo meu pai e a senhora Jones numa conversa muito intensa, parecem numa sincronia perfeita. Por isso que ela demorou muito, observo atento aos detalhes, um toque de mãos, um beijo na bochecha, atitudes suspeitas.

— Isso é muito estranho. — retruco.

Os olhares como de quem tinha apreço demais um pelo outro, aqueles dois tem algo a mais do que uma relação de amigos? E não preciso mais de nenhuma confirmação, um beijo na boca me faz ter certeza.

— Eu não sei o que farei, mas farei alguma coisa. — tiro o meu celular do bolso e sigo na direção da cozinha.

Depois de comer apenas pego a chave do carro e sigo para o apartamento de Jason. Naquele instante eu precisava falar com ele, não havia muito o que se pudesse fazer, mas aquela viagem deveria se impedida, aqueles dois tem planos macabros e isso não deve se deixar levar. Jason abre a porta do apartamento e tem certa surpresa ao me ver.

— Oi garotão. — diz ele me olhando.

— Precisamos conversar. — digo entrando.

— Sobre o que? — ele fecha a porta e segue para o sofá, logo sentando.

— Sobre uma viagem que nosso pai resolveu fazer do nada. Disse que vai passar muito tempo. E... não sei como te contar, mas ele e a senhora Jones... — Jason me interrompe.

— São amantes. Disso eu já sei. — o encaro.

— Jason, você sabia? Quanto tempo faz que você sabia? E por que não contou? — pergunto indignado.

— Problemas de aproximação Nathaniel. Mas, eu já sabia, os vi por aí juntos. Quase que numa preliminar. — retruca.

— Acredito que os dois vão juntos nessa viagem. — digo com toda certeza.

— Devem ir. Não me impressiono daquele infeliz fazer isso. Mas, você? Você sempre o levou como um herói, Nathaniel, isso deve ter te frustrado até o último fio de cabelo.

— É. Me deixou surpreso, decepcionado. Mas, temos que fazer alguma coisa.

— Nathaniel você o conhece melhor do que todos nós, conhece seus negócios, suas sujeiras. — o encaro.

— Suas sujeiras?

— Eu sei que ele tem muita sujeira. Disso eu sei. Mas, claro, você não pode arruiná-lo, assim você se arruinaria. — retruca me olhando. Sabia de algumas coisas, mas não acredito que seja suficiente para incriminar.

— Farei o necessário para que ele pague pelas suas merdas.

— Tem certeza disso cara? — nos encaramos.

— Eu tenho. Começando pelos túneis na industria de San Diego. — Jason me olha interessado.

— Túneis? Existem túneis? Vamos agora mesmo para San Diego. Você dirige. — diz ele piscando o olho.

Era uma coisa praticamente louca, mas depois de tamanha covardia eu não me importaria, meus irmãos e a minha mãe merecem mais de mim do que aquele hipócrita.

Dançando sobre o fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora