Me sentia melhor, a dor de cabeça já passava, mas continuava tentando falar com Ana. Liguei uma, duas e esta é a terceira vez que repito o ato.
— Alô? Jason? — Esta voz não é de Ana. Seria a voz de Hayley?
— Senhora, Ana está? Não sei por onde começar, mas devo pedir desculpas pela cena de ontem. Não queria assustá-los, mas tenho certeza que foi isso que aconteceu. — retruco desanimado.
— Querido, não estou assustada. No momento até fiquei, mas depois percebi que não tinha motivo algum. Está tudo bem. Ana saiu ainda pouco com o seu irmão. — ela disse com o meu irmão? Baixo a cabeça gesticulando negatividade. Ana estava com Nathaniel? Não posso acreditar.
— Desta vez eu a perdi. — sussurro.
— Não Jason. Ana é uma mulher sensata, hoje pela manhã ela saiu decidida a dar a mão para você. Porque ela te ama. — aquelas palavras me emocionam. Onde eu fui parar? Cegamente apaixonado por uma mulher que agora... perdi completamente.
— Imagino que não saiba o que aconteceu. Senhora... diga a Ana que eu espero a ligação dela. — sabia que Ana não retornaria.
— Direi querido. Aconteceu algo grave? — reviro os olhos.
— Aparentemente grave, mas não passa de nada. Terei que desligar, obrigado por me ouvir e mais ainda por me entender.
— Não há de que querido. Até mais.
Quer dizer que Ana está contando o que viu a Nathaniel? Exatamente a Nathaniel. É uma hipocrisia da minha parte continuar me sentindo o dono dos sentimentos de Ana quando tudo o que faço é provar que ela não deve me amar, porque sou egoísta, revoltado e... Não tenho bons sentimentos dentro de mim. O único bom sentimento que mantenho vivo dentro de mim é o de amar Ana.
Me visto para ir para o departamento, dentro de alguns minutos já estou em minha sala com Morgan.
— Teremos que passar dois dias fora, vamos pra Chandler. — o encaro.
— Entre em detalhes. — retruco.
— Temos uma investigação sigilosa para fazer. É de muito risco Jason. Por isso nós dois fomos os únicos cogitados para ir.
— Suponho que seja sobre o tráfico de drogas das companhias Lexter no Arizona?
— Sim. Exatamente. Por isso é de muito risco. Mas, temos que ir. Viajaremos amanhã a noite. — diante de tantos problemas, viajar seria uma boa? Não sei, mas irei.
— Sim. Certo. — retruco.
— Agora que você é um homem comprometido, terei que me contentar em ir sozinho na busca pelas mulheres. — diz Morgan com certo sarcasmo.
— Não teremos tempo para isso Morgan. — indago sorrindo com cinismo.
— O Jason de tempos atrás não diria isso. — diz ele rindo.
Morgan e eu passamos a tarde analisando os dados que nos foram dados sobre as empresas Lexter, tudo nos levava a acreditar que eles tinham envolvimento com tráfico de drogas. Mas, não se pode comprovar nada, sem provas reais, e é por isso que teremos que viajar! A minha profissão sempre foi de altos e baixos, corremos risco, vivemos numa corda bamba, mas queremos garantir que todos estejam seguros.
Na volta para casa voltei a pensar em Ana e no que havia acontecido. Como eu posso remediar aquela situação? Detesto pensar que Nathaniel está se aproximando dela enquanto eu estou afastado, mas essa é mais pura verdade. O dia seguinte não me dá oportunidade de nada além de me organizar para viajar com Morgan, tínhamos uma investigação dura e sigilosa pela frente, algo valioso nas mãos e isto carece muita dedicação. Ana não me ligou e mesmo que eu ligasse, sequer chamava.
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Dançando sobre o fogo
RomanceJason Whittemore era o mais novo de três irmãos, e segundo seus pais o mais rebelde desde a infância, com uma personalidade forte e um humor para poucos, brinca com as mulheres e quase sempre estampa jornais. Há muitos anos Jason não via Ana, a filh...
CAPÍTULO DEZESSEIS
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