No caminho para o trabalho, enquanto dirigia comecei a pensar em como eu odiava meu emprego. Eu trabalhava em uma cafeteria, o Starbucks, bem conhecido no centro da cidade. Eu só não entrava mais cedo pois como lá era bem grande, eu ficava mais para servir as mesas e limpa-las também. Como uma garçonete com um uniforme horrível, era bem aqueles uniformes de filmes mesmo, apesar de muitos dizerem que pelo meu corpo o uniforme não ficava tão ruim, mas mesmo assim eu achava feio demais.

Mas como a vida não era fácil eu precisava trabalhar para pagar minha faculdade. E como eu trabalhava dois turnos, o dinheiro era o suficiente para pagar a mensalidade da mesma, eu curso arquitetura, o que não é nada barato, mas, graças a minha grande inteligência, consegui uma bolsa e eles me deram um desconto.

Chegando perto da cafeteria, coloquei o carro no estacionamento onde meu amigo trabalhava, assim o carro ficava seguro até hora do meu expediente acabar, sem me custar nada.

Estacionei o carro lá, cumprimentei meu amigo e corri para o trabalho.

Olhei no relógio na parede da cafeteria e dei graças a Deus pelo meu expediente estar acabando, o movimento estava fraco por conta do horário, geralmente na parte da tarde são poucas pessoas que vem.

Encostada no balcão, comecei a fitar o relógio em meu pulso, queria muito ir embora, chegar em cada e dormir um pouco mais, antes de ir para a faculdade. Estava um pouco ansiosa por ser o primeiro dia, mas tinha uma grande esperança que tudo iria ocorrer bem. Comecei a imaginar como seria o primeiro dia, como era a sala, se eu me iria me enturmar rápido ou não. Fui interrompida de meus pensamentos por um cliente que estava me chamando. Imediatamente me desencostei do balcão e fui em sua mesa.

- Pois não? - Perguntei quando cheguei perto da mesa.

- Moça, eu queria reclamar, por que o café que vocês servem aqui é horrível! - Ele disse levantando seu tom de voz, fazendo que todos a nossa volta nos olhassem.

- Senhor...

- Christopher. - Disse ele me interrompendo - Senhor está no céu.

- Ok, Christopher. - Respondi respirando fundo para não me descontrolar e manda-lo se retirar. - Lamento que não esteja gostando do café, podemos trazer outro para você e sem problemas. - Digo com um tom de voz suave e calmo, eu odiava ter que ser educada com clientes grossos como esse.

- Eu não quero outro café sua idiota, eu quero meu dinheiro de volta para que eu possa ir embora dessa desgraça de cafeteria - Ele retruca batendo a mão no copo de café que estava na mesa, o fazendo derramar em cima das minhas perna.

Eu suspirei e tentei manter a calma como sempre. Não costumo perder a paciência tão rápido, mas ele estava me tirando do sério. Não sou quem faço as bebidas, será que ele não tem um cérebro para pelo menos pensar nisso? Sou apenas uma garçonete!

- O Senhor pode resolver isso com o gerente, irei chama-lo. - Disse com um sorriso falso. Meus punhos já estavam cerrados sem eu perceber. Mentalmente eu contava até 10 para me acalmar.

Eu estava prestes a sair de perto para ir na sala do gerente, mas fui interrompida com sua fala.

- É, vai mesmo sua incompetente, não sei porque perdi meu tempo falando com alguém tão irrevelante como você. Ah e faz o favor de limpar essa sujeira que você me fez fazer. - Ele retrucou com um tom de ironia. Eu já estava no meu limite, pronta para dar na cara do infeliz mas felizmente meu gerente entrou em minha frente. Ufa! Não queria perder meu emprego.

- Camila, eu acho que seu expediente já acabou. Deixa que eu resolvo. - Ele respondeu fazendo um sinal com a cabeça para que eu me retirasse.

Respirei fundo e fui para os fundos onde apenas os funcionários têm acesso. Fui direto ao banheiro para poder me limpar, eu odeio quando isso acontece! Sorte que o uniforme era preto e não manchou, não queria ter que passar na lavanderia antes, eu estava sem paciência para isso. Lembrei que tinha a faculdade ainda hoje, quis me matar mentalmente por ter um dia longo pela frente, já estava farta de hoje. Me apressei em pegar minha bolsa e sair em rumo ao estacionamento buscar meu carro.

Dirigindo de volta para a casa, penso em como aquele cliente "Christopher" foi grosso comigo, fiquei com raiva quando ele "acidentalmente" derrubou café em mim, mas eu fiquei frustada mesmo por não poder fazer nada. Ah que ódio!. Estava com tanta raiva que depois de muito tempo dirigindo, percebi que minha mão estava apertando com força o volante. Então respirei fundo, tentei me acalmar e pensei positivamente sobre a faculdade. Eu realmente queria que tudo desse certo.

Cheguei em casa e fui direto para meu quarto. Me joguei na cama e estava tentando tirar um cochilo antes de ir para a faculdade, mas só tentei mesmo. Estava preocupada demais com a faculdade que não conseguia sequer fechar os olhos.
Resolvi tomar um banho para relaxar meus músculos, me sentia pesada e indisposta. Quando estava saindo do meu quarto com a toalha no meu ombro, dei de cara com meu pai que estava saindo do quarto.

- Filha, nem percebi que você tinha chegado - Disse vindo até mim e dando um beijo em minha testa.

- Já imaginava, ligou esse som no último volume. - Digo revirando os olhos e descendo as escadas em direção ao banheiro. Ele voltou para seu quarto depois de ter buscado uns lanches na cozinha.

Enquanto subia a escada, percebi que ele abaixou o volume do som. Ah, como eu amo o meu pai!
Entrei no banheiro e comecei a me despir deixando minhas roupas pelo chão do banheiro mesmo, mas não ficaria ali para sempre! Ponho no cestinho de roupas toda vez que termino meu banho. Liguei o chuveiro e deixei a água esquentar. Assim que entrei debaixo do chuveiro, senti minha tensão toda diminuir. Sempre que estou tensa ou estressada, minha primeira opção para me acalmar é tomar um banho bem quente, sem pressa. A água me deixa mais leve e calma. Eu amo essa sensação.

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Espero que tenham gostado. Dicas ou sugestões para melhorar minha escrita, favor chamar no meu twitter (@/drwcatcher) ou em meu instagram (@/wayvns).


a professora [camila+lauren]Where stories live. Discover now