Onde há fumaça, há fogo

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Abro os olhos e olho ao redor, estou deitado em um quarto de tons brancos e cortinas de cor salmão. Sinto-me um pouco confuso, olho para o lado e vejo cabelos loiros. Levanto rápido, por um momento achei que fosse Camila, mas vejo Anne dormindo serenamente. Lentamente me lembro de algumas coisas que aconteceram noite passada: restaurante, jantar, Olívia e sexo com Anne. Levanto devagar para não acordá-la, pego minha cueca e calça que estão no chão e meu celular. São sete da manhã. Por causa dos gêmeos meu relógio biológico me acorda cedo todos os dias. Saio do quarto indo em direção à sala. O apartamento de Anne é simples e bem feminino. Me sento no sofá de tom tabaco e checo meu celular... Se eu saísse daqui agora sem ao menos falar com Anne, eu seria com grande filho da puta. Primeiro que ela é minha secretária, então, comer e sair está praticamente fora de cogitação. "Isso que dá pensar apenas com a cabeça de baixo", minha consciência me alfineta e bufo. Levanto-me e vou até a cozinha à procura de algo para fazer um café. Pelo menos um café e um bilhete se ela não acordar até eu terminar de beber minha xícara. Estou aqui torcendo para que ela não queira algo além de sexo casual, não que ela não seja uma boa pessoa, mas eu acabei de sair de um casamento e com certeza não quero entrar de cabeça em um relacionamento agora.

Termino minha xícara de café e coloco uma para Anne. Vou até o quarto, decidi acordá-la para me despedir, não ia fazer papel de moleque indo embora e a deixar dormindo. Sento-me na ponta da cama, ela está com um pouco dos seios aparecendo. Passo minha mão entre eles, subindo até seu pescoço e faço um carinho em seu rosto. Ela abre os olhos e, ao focar em mim, abre um sorriso de orelha a orelha.

– Bom dia. – Ela diz manhosa. – Por que levantou tão cedo?

– Relógio biológico. – Sorrio. Ela se levanta deixando os seios nus e me dá um selinho demorado. – Fiz café. – Pego a xícara e entrego a ela que pega sorrindo, mas logo faz um cara um pouco triste, possivelmente porque já estou vestido. – Adorei nossa noite, fazia tanto tempo que não me divertia assim. Na verdade, tem uns quatro anos. – Anne faz uma cara de chocada e eu começo a rir.

– Sério isso? Você e sua ex-esposa não saíam? Ou se curtiam? – Ela fala como se não acreditasse no que eu disse. Eu só pude sorrir e dar de ombros.

– Eu trabalhava o dia todo e aos fins de semana, Camila saía sozinha com as amigas e eu ficava com as crianças. – Anne começa a rir.

– Desculpa Lorenzo, mas acho que você tinha algumas galhadas nessa sua cabecinha, viu? – Olho para ela meio constrangido, eu nunca tinha pensado nessa hipótese, mas agora que ela me disse, eu com certeza eu era corno. E dos cornos mansos ainda. Anne vê que fiquei um pouco desconfortável e me pede desculpas, eu nem pude debater com ela nem nada, afinal, se ela não comentasse, eu nunca teria pensado nisso.

– Tenho que ir, daqui a pouco as crianças sentem minha falta. – Ela confirma com a cabeça e sorri para mim maliciosamente passando a mão no meu peito por debaixo da blusa.

– Não tem tempo nem para um banho? – Seu olhar é sedutor como se quisesse me devorar. Levanto uma sobrancelha para ela e sorrio de lado. Puxo-a para mim, levando ela ao banheiro, tiro minha roupa e entro rápido no box. Anne já me puxa para um beijo voraz e eu ligo o chuveiro para molhar nossos corpos. A pego no colo e encosto-a na parede do box. Tivemos um banho quente, mas como meu consciente diz "pense com a cabeça de cima", eu não tinha mais camisinhas e com certeza eu não queria minha secretária grávida.

Anne insistiu em fazer café para nós dois, pois eu era seu hóspede, mas no fundo ela só queria mais sexo. Conversamos sobre ontem e ele me disse que viu algumas pessoas de alguns setores lá da empresa, mas ela não disse o nome de Olívia. Fico me perguntando se eu realmente a vi ou se estou ficando doido, mas quem entrou naquele carro com certeza tivera sido ela.

Tudo que vai, voltaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora