Capítulo 10 - Uma amiga bipolar

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         "Não importa de que raça seja. Estamos acima de todas as raças.

E podemos destruir qualquer uma"

- Denatheor, rei dos dragões

Ela moveu-se tão velozmente que era impossível fugir. Subitamente colocou-se na frente deles, fitando-os com fúria.

– Intrusos! Intrusos no meu lar! Vocês também estão zangadas, meninas? Eu estou muito, muito zangada!

Os olhos dela mudaram do tom amarelado para um tom vermelho. Era a primeira vez que Lantis via Dhalek engolir em seco.

– Sheera, sou eu! Dhalek! Não lembra de mim?

– Dhalek? – pelos olhos dela passou uma sombra de reconhecimento – Você não era aquele... não... não pode ser...

– Sim, sou eu! Não se lembra das jóias que eu trouxe? Dos brincos? Dos pentes?

– Oh, presentes... sim... sim, eu lembro de você! Lembro que ficou de me trazer o o pergaminho secreto dos druidas e falhou miseravelmente!

– S-sim... eu acabei sendo capturado... me desculpe!

Ela virou seus olhos vermelhos para Missandra e Lantis.

– E esses dois? Estou sentindo um grande segredo pairando aqui! Algo não está certo, não está certo!

– Desculpe a invasão, madame Sheera... – apressou-se Missandra em responder – mas viemos porque soubemos que é muito sábia.

– E muito linda – comentou Mane rapidamente.

– Temos certeza que se há alguém aqui no mundo que saiba de coisas que todos precisam ouvir é a madame – acrescentou Lantis.

Ela piscou rapidamente. Subitamente suas feições suavizaram e ela abriu um largo sorriso.

– Oh, que gracinhas eles são! Eu gosto de companhias tão gentis. Venham comigo, devem estar tão cansados, oh, pobrezinhos, tão cansados! E vejam como são lindos, meninas, não são?

As cobras que se faziam de seu cabelo sacudiam-se olhando ora para um, ora para o outro. Detiveram-se em Lantis e depois em Missandra.

– Eu sei, eu sei. Um desses dois tem tantos segredos, não tem? Vamos descobrir todos, um por um.

Missandra deu de ombros. Ela não costumava esconder nada de ninguém; sempre aprontou às claras. Ela percebeu que Lantis engoliu em seco ao vê-lo pelo canto dos olhos.

A mulher preparou cômodos para todos em sua caverna de cristal, sendo tudo feito de cristal puro em alguns cômodos e de utensílios de madeira. As banheiras eram de água quente e fresca, mas pareciam meio tétricas. A água refletida na superfície de cristal dava a impressão de estarem nadando em sangue.

Missandra refrescou-se em seu cômodo muito alegremente e encontrou Lantis no meio do caminho do corredor para a sala de jantar. Apesar de tudo estar muito parecido, puderam identificar a direção de alguns recintos por algumas estátuas que apontavam os caminhos.

– Essas estátuas não parecem assustadoras, Lantis?

Ele as fitou sem sentimento no olhar.

– Hum? Sim... parecem vivas...

– O que há com você? Parece preocupado desde que chegou.

– Não me sinto bem neste lugar, Miss. Acho que algo muito ruim está para acontecer.

O Legado do Dragão - degustaçãoWhere stories live. Discover now