Vigésima nona regra: Dê um tempo

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Terça-feira

Depois que Luke foi bloqueado, este voltou para casa ainda sem saber o que fazer. Andou pelas ruas como um morto-vivo, e ficou assim até Sábado, quando Jack foi o visitar.

"Eu falei com Michael" Luke gemeu, apenas em ouvir seu nome ele voltou a chorar. Seria uma conversa difícil. "E, olha, ele está irritado, muito irritado. Ele não quis nem me ouvir. Dá um tempo pra ele, pra ele por a cabeça no lugar."

Luke deu tempo para Michael por a cabeça no lugar, e também deu um tempo para si mesmo. Desligou o celular e não o ligou desde então.

Segunda-feira se deu ao luxo de faltar à aula e ao treino. Não acordou com disposição para nada, pois sabia que se olhasse seu celular não veria uma mensagem de bom dia de Michael.

Já terça, seria diferente.

— LEVANTA LUKE! — Luke abriu os olhos assustado com o barulho e gritaria. Acabou por encontrar seus três melhores amigos em seu quarto. Jack gritando, Ashton batendo na porta do armário e Calum com uma panela e colher de pau.

Luke tampou os ouvidos frustrado. Ele queria chorar por ter sido acordado dessa forma.

— PARA CARALHO!

— ELE DISSE MAIS ALTO?! — Jack atiçou e os meninos bateram mais forte nos objetos.

— PAREM, POR FAVOR, PAREM!

— Ok, ok, ele disse por favor gente.

— O que estão fazendo aqui?

— Viemos te levar pra escola. — Luke olhou a hora 06:31.

— Vão a merda todos vocês.

— Luke, vamos. Você tem que ir pra escola.

— Não quero.

— Cê acha mesmo que alguém aqui quer? Ninguém vai pra escola por opção meu querido.

— Caguei.

— Levanta dessa cama agora ou a gente vai te levar a força. E só lembrando, nós temos o Calum.

Luke imaginou Hood o carregando porta afora, de pijama mesmo e sem escovar os dentes.

— Merda! — Reclamou se levantando e batendo os pés enquanto andava.

.oOo.

— Eu preciso falar com ele, Jack. Onde ele tá?

— Lukey, você sabe, ele me pediu pra não contar...

— Jack, você sabe que eu não to errado, e sabe que eu já estou apaixonado por ele. Por favor, me conta logo onde ele tá.

O garoto pareceu pensar por breves momentos antes de responder.

— Sala de música. — Suspirou derrotado.

.oOo.

Luke corria pela escola procurando chegar na sala de música, se esbarrou em pessoas, em objetos, em paredes, ele esbarrou em tudo.

Por conta do futebol, Luke corria rápido e tinha ótimos reflexos, mas isso não se aplicava no piso escorregadio dos corredores.

Outra pessoa que também era muito habilidosa era Niall, e ele conseguiu parar Luke quando o encontrou.

— Eu sei que você não acredita em mim, mas eu posso te explic...

Luke o socou no rosto, no meio da escola toda. Mais uma vez o silêncio fazia-se presente.

— Esse é meu segundo e último aviso. Fica longe de mim. Espero que tenha entendido o recado.

.oOo.

Por algum motivo o corredor da sala de música estava vazio. Talvez por ser intervalo os alunos estavam se amontoando nas quadras e no pátio. Enquanto corria, viu a porta da sala ser aberta quando foi entrar, e acabou se esbarrando com uma pessoa.

— Desculpe, Clifford, eu to com pressa.

— Tudo bem. — Ele murmurou.

Luke entrou na sala ofegante, e encontrou quatro alunas falando com a professora Sharon.

— Alguém viu o Michael?

— Acabou de sair. — Uma das meninas respondeu fazendo a professora a olhar alarmante.

Acabou de sair.

Pela primeira vez as coisas começaram a fazer sentido.

Hemmings voltou para o corredor as pressas, e pode ver a figura andando de costas para si num ritmo lento.

— Michael? — Chamou baixo, ele não pareceu o ouvir. — MIKE!

Sua voz ecoou, Clifford parou.

O garoto virou-se, os olhos vermelhos repreendendo as lágrimas.

Luke levou a mão a boca surpreso, e sentiu as lágrimas começarem a cair.

Estava bem na frente dele o tempo inteiro, e ele nunca percebeu.

— Me desculpe... — Balbuciou choroso, vendo o outro apertar os olhos. — Podemos conversar? — Tentou se aproximar, mas Michael deu alguns passos para trás se afastando.

— Eu preciso de um tempo pra por a cabeça no lugar. Pensar no que eu vi, no que eu vou fazer.

— Michael por favor...

— Me dê um tempo, Luke. Só isso que eu te peço.

— Eu não consigo ficar longe de você.

— Você conseguiu sobreviver sem mim por dezoito anos, não vai morrer agora.

— Olha pra mim, Michael, olha pra mim! Eu pareço bem pra você?

O coração de Michael se apertou, Luke não parecia nada bem. Suspirou, ele precisava ser forte.

— Me dê um tempo. — Falou por fim, dando as costas e saindo dali.

Luke quis correr atrás dele, o abraçar por trás e pedir para ficar, mas não tinha forças nem mesmo para manter-se de pé.

.oOo.

Ficar andando pela escola com cara de choro é pedir para chamar a atenção. Michael não aguentava mais as pessoas o olharem e ficarem apontando. Apressou um pouco mais o passo e entrou no banheiro.

— Não acredito que ele te socou.

— Isso é inacreditável. Eu pensei que ele fosse meio covarde pra essas coisas, nunca vi ele batendo em ninguém.

— Luke quando era mais novo se metia em brigas com todo mundo, agora que está mais velho que ele parou.

— Ele começou a amar mais as pessoas.

— Se você fez a piada que eu estou pensando que fez...

— Se concentra em limpar seu nariz, ele tá sangrando muito.

— Eu sei, essa merda não para. — Os meninos pararam de falar, e ainda não perceberam a presença de Michael. — Eu ainda não acredito nisso tudo, que ele me largou.

— Niall, a gente tentou. Eu pensei que ele continuasse o mesmo, você sabe, que não resiste um bom sexo.

— Por favor, não me lembre disso.

— Dá um tempo pra ele, você viu o estado dele? Talvez o nosso plano tenha dado certo.

— Que seja, eu só quero ter ele de volta.

Michael finalmente entendeu o que estava acontecendo. Ele quis se bater, não podia acreditar que tinha sido não burro.

Ele tinha pouco tempo para resolver as coisas, e ele o faria.

Ele só precisava saber como.



agora é sério eu só volto amanhã, xoxo

No rulesWhere stories live. Discover now