O Amor É Capaz De Mudar Os Corações Mais Frios
Quando Otávio e Virgínia se conheceram, parecia impossível algo acontecer entre eles, pois ele era um valentão, metido e arrogante, e ela uma garota simples e humilde, que passou por terríveis tristez...
Estavam todos numa enorme correria em cima do palco antes das cortinas se abrirem, e algumas pessoas ainda se arrumavam no camarim do salão de apresentações, hoje seria o dia da apresentação de literatura da turma de Otávio e Virgínia, e ele estava entre os que ainda não tinham terminado de se arrumar.
- Fica quieto Otávio! Eu tenho que maquiar, mas não consigo se você não parar quieto! – pedia Virgínia, pois ele precisava de uma maquiagem para disfarçar as espinhas.
- É, mais tá coçando pra caramba! Que merda é essa que você tá passando no meu rosto?
- É só uma base da cor da sua pele! Tem que disfarçar as espinhas Otávio!
- Aposto que isso só vai piorar a situação!
- Não vai não! Eu cuidei pra isso não acontecer! Eu passei um óleo no seu rosto pra tampar os poros e impedir que elas piorem!
- Como é que é?
- Um óleo pra tampar os poros! São tipo uns buraquinhos no seu rosto, e eles que causam espinhas quando ficam entupidos de sujeira!
- Ah, velho! Não entendo porcaria nenhuma do que você tá falando aí!
- Claro que não entende, você não é mulher! – foi o que irritou Otávio de certa forma, fazendo ele liberar um grunhido de raiva.
- Pessoal, em vinte minutos, quero todo mundo no palco! – a professora anuncia no camarim.
- Tudo bem, professora! Pronto, acabei! – ela falou para ele.
- Até que enfim hein!
- É, agora estamos livres um do outro! – ao falar isso, ela esbarra em sua bolsa, deixando cair seu caderno de desenho, que se abre revelando diversos desenhos de roupas luxuosas.
- Caraca! Pra que desenhar tanta roupa assim?
- Ah, isso não é nada! Nada não!
- Ah, isso é desenho de vestido de noiva, de casamento né! Tá querendo ser estilista?
- É, na verdade, sei lá!
- Sei lá?
- É, tô pensando ainda!
- Você tá no terceiro ano do ensino médio, já devia ter pensado nisso!
- A sei lá cara!
- Se decide logo, sua vida tá passando!
- Tudo bem, deixa que eu tomo o rumo da minha vida! A apresentação já vai começar cara, vai logo pro palco!
- Achei que você ia recitar uma poesia enorme nessa apresentação Vivi!
- Eu vou apresentar o que cada grupo vai fazer com a Lorena e o Rui lembra, não me viu ensaiando nesses últimos dias?
- Ah, é mesmo, desculpa aí Vivi, a propósito, você que devia já tá lá né!
- Eu sei, não tô tão atrasada ainda! Calma Otávio, e para de me chamar de Vivi, Virgínia!
- Tudo bem Virgínia, vai logo, já vai começar!
- Já tô indo!
Virgínia entrou no palco ainda com as cortinas fechadas, onde os outros alunos do terceiro ano ainda se arrumavam, as dançarinas e os atores, a professora acertava os últimos detalhes e os apresentadores já se arrumavam no seu devido lugar.
- Professora, já terminei de maquiar o Otávio e os outros atores!
- Ótimo, então vai logo pro seu lugar! As cortinas já vão se abrir!
Quando as cortinas abriram, Virgínia, Lorena e Rui começaram as apresentações iniciais, e logo os dançarinos, atores e leitores de poesia entraram em ação, exercendo suas respectivas funções.
Quando a apresentação acabou, todos, entre eles, dona Sofia, aplaudiram fortemente, e os alunos agradeceram em seguida, e depois houveram algumas palavras finais da professora de literatura.
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- Então, depois disso, eu fiquei falando, poxa, esse cara vai mesmo beber no meu copo? – Renato estava sentado na mesma mesa que Virgínia no intervalo das aulas conversando e rindo muito – Cara eu já bebi, esse copo tá todo sujo e era meu, você não pode beber nele!
- Aí Renato, não acredito que isso aconteceu com você! – Virgínia também ria alto.
- Aconteceu sim! O cara queria beber o café dele no meu copo acredita?
- Inacreditável!
- Acho que deu minha hora! Tenho que ir! Tenho uma prova de física pra fazer na minha sala! – ele foi se despedindo, tinha uma prova em sua classe e o terceiro ano era dividido em duas classes – Deixa eu ir! Tchau!
- Tchau! – e beijou o rosto dele antes de sair.
- Tchau! Até! – e ele foi embora.
Quem observa de longe a conversa empolgante de Renato e Virgínia é o próprio Otávio, que estranhamente ficou enojado com aquela situação, no início foi assim, e depois do beijo de Virgínia, sentiu uma estranha raiva daquilo.
Pôde observar que os dois se olharam nos olhos depois do beijo que ela depositou, como se estivessem se gostando, ele nunca ligou para ela, sempre a achou uma garota sem graça, mas agora, vendo essa cena dos dois, sentiu um soco no estômago, uma semana estranha de nojo misturada com ódio, uma coisa completamente fora do normal.
- Que merda é essa? – falou e se aproxima dela pelas costas, ela sentiu sua presença atrás dela e se virou.
- Otávio, tá fazendo o que aqui? – ele faz silêncio e soca forte o ombro dela, o que faz ela liberar um gemido de dor – Que isso? Você me bateu, me machucou sabia! Qual é o seu proble...
- O que você tava fazendo com esse idiota garota?
- A gente só tava conversando junto? Não tá rolando nada entre a gente não!
- Ah não tá rolando nada? Não tá rolando nada? Ah tá bom né! – puxou ela pelo braço e a beijou forçadamente, ela sentiu uma agonia por estar sendo forçada a aquilo, então não ficou muito tempo presa a ele, o empurrando para longe dela.
- Não, para com isso! – o afastou sem ar – Você me beijou a força cara! Porque você fez isso! – e ele ficou quieto.
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CONTINUA...
Então Otávio? Quer dizer que só agora vc veio se tocar???? Hum, não sei o que vai acontecer depois disso, mas tenho um mal pressentimento!!
