Drico - O Fim do Caminho

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Drico estava no quintal de uma casa não muito grande de madeira, após alguns instantes a observando reconheceu como sendo a casa onde passara a infância. Era um lindo dia ensolarado, conseguia ver sua mãe, uma bela moça de cabelo castanho, acenando para ele da janela. Ele acenou de volta e se virou para trás. Estava agora em cima de um pequeno palco se apresentando numa taverna. Uma garota, que ele havia visto algumas vezes por lá, sorria para ele. Ela tinha a pele morena e os cabelos castanhos bem escuros cortados na altura dos ombros. Seus olhos, brilhantes, eram como duas ameixas pretas de tão negros que eram. Ele havia parado de tocar a música e estava descendo do pequeno palanque enquanto pensava "Nossa, ela está tão linda hoje... Será que eu deveria falar com ela? Não... Ela com certeza têm um namorado." Então Drico olhou na direção da garota, meio envergonhado, procurou por anéis, pulseiras e até colares de compromisso, mas não achou nada. Sentiu grande felicidade, mas a disfarçou, não queria parecer bobo. Então foi até a mesa dela.

Sentou ao seu lado e os dois começaram a conversar, ficando ali por um tempo até fecharem a taverna e se despedirem do lado de fora do local. O bardo sentia-se o cara mais sortudo de toda Theolen. Voltou para dentro da taverna com um sorriso de orelha a orelha até um subido frio tirá-lo de seu rosto. Notou que estava encharcado e que o local era todo escuro. Então viu uma luz fraca que o iluminou a vastidão do subterrâneo à sua frente. Deu um passo para trás e se virou na esperança de sair dali e voltar para a taverna, mas se deparou apenas com o nada. Foi quando sentiu um calafrio, logo vários esqueletos apareceram e foram em sua direção. Drico correu empurrando-os no caminho, mas tropeçou em uma mão que saiu do chão e segurou seu pé. Ele estava caindo quando de repetente...

Drico abriu os olhos assustado. Estava suado e ofegante, seu coração acelerado só se acalmou quando ele olhou em volta e viu que não havia nada por perto além de uma pequena fogueira e o paladino.

— Está tudo bem? – perguntou Steve.

Drico retomou o ar que lhe faltava e engoliu um pouco de saliva.

— Tá, eu só tive um sonho ruim – respondeu nervoso.

— Está pronto para continuar a viagem?

Drico fez que sim com a cabeça e logo eles pegaram seus equipamentos e continuaram rumo à superfície. Drico ficou quieto por alguns minutos pensando sobre seu sonho, então voltou a falar:

— Hey, Steve, você tá aqui em baixo há bastante tempo, né?

— Sim, perdi a conta no que acredito ter sido a terceira semana. É difícil saber quando é dia ou noite aqui embaixo já que não temos o sol.

— É isso eu notei, mas... Você sente falta de alguém?

Steve olhou para Drico e depois fitou o chão, como se estivesse vendo além dele.

— Sim – respondeu olhando agora para o meio-elfo – Você sente?

Drico fez que sim com a cabeça.

— Sinto falta da minha mãe. Ela deve estar preocupada comigo, eu mando uma carta toda semana pra ela, dizendo onde eu estou e o que estou fazendo. – ele sorriu levemente – Sinto saudades de casa.

— É... Eu também sinto.

— Sabe, vendo agora onde eu estou, fico pensando como eu não aproveitei tudo o que eu tinha. Sabe, tinha essa garota que ia à taverna que eu trabalhava, ela sempre pedia suco de maça e ficava lendo um livro enquanto eu tocava minhas músicas. Eu nunca tive coragem de falar com ela e agora, bom, isso pode nunca acontecer... - lamentou cabisbaixo.

— Hey, não fique assim. Está falando como se não fosse sair daqui. Já perdeu a fé, assim tão rápido?

— Não... – disse Drico sorrindo – Desculpe, eu gosto de fazer um pouco de drama. Mal habito da profissão, eu acho. Mas é que não dá pra evitar pensar em como as coisas seriam diferentes se eu não tivesse caído naquele buraco – olhou para o chão.

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⏰ Last updated: Jul 12, 2017 ⏰

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