Drico - O Início

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 — Era uma tarde como outra qualquer... – disse Drico iniciando sua narração enquanto caminhava ao lado de Steve, que carregava na mão uma tocha para iluminar o escuro subterrâneo que sempre se fazia presente. — Eu estava trabalhando numa taverna na Cidade Baixa, bem próxima ao portão norte de Theolen chamada Martelo de Moradin, não sei se conhece – continuou o bardo, mas Steve negou com a cabeça - Já tocava lá fazia uns dois meses. Ganhava meu dinheiro nas apresentações, atraia alguns clientes pro lugar, pagava a parte pro Thorbard, o anão que era dono do local e ele me deixava dormir na estalagem que ele tinha em cima da taverna. Não era uma vida luxuosa, mas eu gostava. Tudo ia bem nesse dia, até um sujeito entrar na taverna: Liminha – falou com raiva.

— Liminha? – perguntou Steve erguendo uma das sobrancelhas – O cantor?

— Sim, o "cantor" – Drico fez aspas com os dedos – Não acredito que até você conhece aquele ele... – indagou olhando para o lado insatisfeito

— Bem, eu não conheço o trabalho dele, mas já ouvi o nome. Xino me convidou para ir em um concerto dele dias antes de eu sair de Theolen para vir para cá. Parecia que ele estaria tocando na abertura de uma nova taverna ou algo do tipo, mas preferi ficar com a família aquele dia.

— Melhor assim, você não perdeu nada. Tudo o que ele sabe cantar é o próprio nome em meio há uns três versos e onomatopeias sexuais bem bobas.

— Mesmo? – Steve deu uma risada discreta. – Não parece muito bom.

— E não é! – exclamou Drico olhando para o paladino. – Eu não faço ideia de como as pessoas apreciam esse tipo de musica, mas de qualquer jeito o que me irritava não era só o trabalho dele, mas meu chefe estava pensando em contratá-lo por uma noite para "atrair novos clientes" e pagaria a ele o triplo do que eu ganhava! – Mostrou três dedos e em seguida balançou a cabeça em negação baixando a mão – Eu até conversei com o Thorbard pra ele esquecer dessa ideia, mas não consegui convencê-lo. Então lá estava eu, me aquecendo no meu canto de apresentações, quando Liminha adentrou a taverna acompanhado de suas tietes. Ele conversou com Thorbard, nós nos encaramos e então ele pediu uma bebida e meu chefe foi preparar, foi aí que a parede explodiu.

— Explodiu? Como assim? – perguntou o paladino – Magia?

— Não. – Drico negou com a cabeça. – Na hora até pensei que pudesse ser isso, uma bola de fogo ou algo do tipo, mas quando a poeira baixou nós descobrimos que havia sido um cavalo.

Steve olhou confuso para o bardo e aguardou para que ele continuasse a história. O meio-elfo olhou para além do horizonte cinzento e escuro que enxergava e começou a reviver aquele dia, contanto ao paladino Escolhido de Theolen enquanto os dois continuavam avançando...

"— Pelas barbas de Moradin! – Thorbard gritou o nome do deus dos anões balançando a mão em frente ao rosto para afastar a poeira do grande nariz — O que está acontecendo aqui?!

Drico olhou em volta. Viu pedaços de madeira jogados no chão da taverna, duas mesas viradas, Liminha levantando do chão com duas meninas atrás dele e a cabeça esmigalhada de um cavalo para dentro da parede da taverna.

O bardo se assustou com a imagem sinistra do animal morto e desviou o olhar. Saiu cambaleando pelo estrondo da batida que havia afetado seus ouvidos sensíveis de elfo e foi para fora do estabelecimento. Lá, junto de seu patrão de um metro e meio e mais uma pequena multidão ele observou uma carroça batida na taverna.

Era um veículo velho, aberto no topo guiado por um cavalo magro, agora morto e um cocheiro humano de pele azulada. O meio-elfo observou o homem caído enquanto algumas pessoas se aproximavam e tiravam-no da carroça. Elas colocaram-no no chão e logo um clérigo pediu espaço para usar suas magias no acidentado. Drico se espremeu na multidão e observou o seguir de Pélor, o deus do sol, usar uma magia no homem, mas logo ele avisou àqueles que estavam em volta que o humano estava falecido e que pela cor de sua pele e o cheiro que exalava, estava assim há alguns dias.

Sons of TheolenWhere stories live. Discover now