-Cala a boca e some!- gritou com suas bochechas voltando a ficarem vermelhas de vergonha, como ele tem a audácia?

-Oh meu querido, se eu sumir, não terá ninguém para te proteger do perigo e para te consolar no seu delicioso cio- Rafa ficou de saco cheio, empurrando Leo, o fazendo tropeçar em seus pés e caiu com tudo no chão, mas não caiu sozinho. Ele puxou o pulso do castanho por impulso e ambos não perceberam uma ladeira ali.

Caíram rolando ladeira abaixo, chegando no final, Leo caiu de costas no chão cheio de folhas e galhos em todas as partes de seu corpo, com alguns arranhado em seu pescoço e bochecha.

-VOCÊ ESTÁ MALUCO! -gritou com raiva olhando para os lados, e viu o pequenino enrolado num monte de folhas. Ele estava de olhos fechados com um grande corte em seu rosto, mas nada que deixasse marca.

Seu coração parou quando não viu o menor se mexer, continuou intacto de olhos fechados.

Se levantou às pressas e caminhou rapidamente, se ajoelhando ao lado de Rafa, tirando as folhas de seu corpo, elas estavam fazendo uma espécie de cobertor.

Ouviu um gemido de dor e seu coração se aliviou do aperto esmagador que sentia.

-Por que tirou as folhas? Elas estavam tão confortáveis- disse num sussurro.

Claro que ter rolado ladeira abaixo não deve ter sido muito legal, e os dois tinham se machucado de várias formas por um motivo muito bobo.

-Seu idiota! Poderia ter se machucado gravemente! O que eu iria fazer se você tivesse se machucado hum?! Quebrado um braço ou seu crânio?- Leo se exaltou, deixando Rafa, ainda deitado no chão, surpreso pela preocupação repentina do outro.

-Você se preocupa comigo?- Leo parou num baque, olhando para o menor, que tinha olhos brilhantes e inocentes o encarando.

Ficou sem saber o que dizer, ficou desconfortável e sem resposta.

-Huuu quero dizer, eu não teria o que fazer se você estivesse com uma hemorragia interna ou algo do tipo.

Rafael murmurou apenas um "Hum ok..." se levantando e tirando todas as folhas e terra de si.

-Me desculpe - o castanho disse baixo desviando o olhar. Aquela explosão de raiva não deu num resultado muito legal.

-A culpa foi minha- suspirou e olhou para o barranco- Enfim, com vamos voltar?- era muito íngreme e seria muito dificultoso voltar.

O menor olhou para o lado contrário e cutucar o maior- Bem, se nosso plano inicial era: pisa fundo e depois eu vejo o que nos fazemos, andar para qualquer direção para ver onde vai dar seria a mesma coisa, certo?- Leonardo levantou uma sobrancelha fitando o olhar aventureiro do menor.

-Então tá, veremos o que podemos encontrar- os dois estavam positivos naquela situação. Começaram a caminhar sem rumo, na esperança de encontrar alguma fonte de vida humana em algum lugar.

~

Já tinha escurecido, estava um breu total, se não fosse pelos olhos noturnos não conseguiriam ver um palmo à sua frente.

-Olha !- exclamou o castanho apontando ao longe ao que parecia ser uma fazenda.

-Oh, finalmente!- caminharam até o local, e era realmente um fazenda, e das grandes.

Era um cercado de arame farpado que parecia ser infinito, um enorme pasto com algumas vacas dormindo, um celeiro que provavelmente guardava o feno e alimentos dos animais e por fim, uma casa bem ao fundo do terreno com as luzes apagadas.

-Perfeito - Leo cochichou passando pela cerca de arame farpado e caminhando pelo pasto, mas parou quando olhou para trás e não viu o menor o acompanhando, ele estava parado na frente da cerca- Vamos logo, deixa de ser medroso! - cochichou alto o suficiente para Rafa ouvir e não assustar as vacas.

-Não sou medroso! - ficou bravo e passou pela cerca, caminhando até Leo e o passando, tomando a liderança deixando Leo surpreso pelo que a raiva faz pelas pessoas.

Quando o menor passou, deixou um rastro doce forte, atiçando novamente os instintos do alfa, fazendo sua cauda levantar e suas orelhas levantadas, atentas e ouriçadas. Era uma sensação muito boa, nem fazia questão de negar.

Estava ansioso para ver o que aconteceria com o pequenino, a reação dele.

Correu de mansinho para perto do menor, e quando chegou numa distância considerável, pôs suas mãos no ar perto da cintura do castanho, suas mãos formigando para apertar e acariciar tudo o que tinha ali, parou o que estava fazendo e tentou agir normalmente quando Rafa se virou o encarando tediante.

-Tá, qual é o seu glorioso plano?- parecia não ter notado a agitação repentina e se sentiu aliviado, aquilo era novo até pra ele, nunca sentiu uma atração tão forte por alguém na vida.

-Vamos invadir a casa- sussurou disfarçando a respiração pesada e bochechas coradas.

Começou a caminhar mas sentiu um aperto incomodar sua calça. Olhou para baixo e se lamentou por ter ficado duro naquele momento, agora teria que lidar com aquilo até o final do plano.

-Invadir? Sério? Se der errado, o quê faremos? O proprietário pode ter uma arma- sussurrou encolhendo suas orelhas e pondo sua cauda entre as pernas.

Não sabia por quanto tenpo ia aguentar aquilo.

-Somos híbridos, não humanos- Sorriu de lado e finalmente chegando na casa. Andaram até a janela, mas a cortina impedia a visão- Merda...- sussurrou- vamos ter que invadir as cegas- olhou para o menor que parecia assustado e com medo- Calma, quem deveria estar com medo é eles e não você, você que é a criatura no milharal da fazenda abandonada- Sorriu de leve para o menor, deixando o mesmo mais calmo.

-Verdade...- Olhou para baixo e pareceu mergulhar em pensamentos.

-É hora da ação - disse chamando a atenção do menor que olhou a janela com receio.

Não saberia o que ia acontecer ali, se ia dar certo ou não. Mas se não tentassem nunca iriam saber certo?

•∆•

A Descoberta 343 • ABO Mpreg Where stories live. Discover now