A família Jones

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— Você não deveria levá-la

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— Você não deveria levá-la. – disse Galin enquanto eu arrumava as flechas na aljava. Sorri para ela.

— Nossa filha vai ser uma caçadora um dia. – respondi a ela – E melhor do que eu ou você juntos.

Um dia. Não hoje.

— Então diga isso a ela. – apontei com a cabeça para a pequena garota de nove anos adentrando o recinto com sua roupa de caçadora.

Zafira tinha os olhos de Galin, verdes como as folhas das árvores mais altas, já os cabelos são meus, castanho claro. Peguei minha filha nos braços e a girei no ar.

— Eu já sou bem grandinha mamãe. – reclamou a garotinha de nove anos.

— Você sempre será meu bebê. – Galin respondeu, acariciando o rosto da filha.

— Precisamos ir, ou vamos perder os melhores animais. – interrompi as duas, dei um longo beijo em Galin e deixei a casa ao lado de minha filha.

As melhores presas estavam bem fundo na floresta, longe de qualquer vida humana. Ás vezes passava dias em busca de um único cervo. Por sorte abatemos um coelho, o que serviu para o nosso jantar. Zafira me ajudou a montar a barraca e juntos descansamos depois de um longo dia de caminhada.

Enquanto dormia tive sonhos estranhos, senti que algo não estava certo, que estava faltando. Abri os olhos quando já era madrugada, e percebi a falta de minha filha ao meu lado. Sai da barraca desesperado, gritando o nome de Zafira. Minha voz era carregada pelo vento em todas as direções, mas não trazia uma resposta.

Quando a encontrei, senti que todas as forças de meu corpo se esvaíram. Um homem estranho, com uma tatuagem de espada envolta por uma serpente negra, debruçava-se sobre o pescoço de minha filha, parecia que ele sugava o sangue de minha menininha. Atirei uma flecha em sua direção, acerto seu coração, o homem ri histericamente enquanto retira o objeto de seu peito, como se nada fosse. Antes mesmo de preparar outra flecha, ele avança, mordendo-me entre o pescoço e o ombro, e depois desaparece.

Lembro-me de carregar o corpo de minha filha de volta para casa, gritar o nome de minha esposa loucamente diversas vezes sem parar. Algo estava diferente, aquilo que meu coração bombardeava não era sangue, era veneno. E aquele veneno me transformou em um monstro que matou a própria esposa.

Vaguei por anos e anos sozinho, atormentado com o que fiz a mulher que mais amei. Atormentado pela lembrança do homem sobre minha filha. No inicio a sede por sangue era insuportável, martelava em minhas veias sem parar, matei diversas pessoas até ter controle de mim mesmo. Depois disso comecei a alimentar-me apenas de animais, mesmo o sangue deles não sendo tão forte, e bom, como o de um humano.

Em uma noite escura, enquanto caçava na floresta, uma jovem moça me encontrou bebendo o sangue de alce. Pensei que ela me chamaria de monstro ou que fugiria, mas ela ficou. Ela se chamava Milena e era uma garota muito inteligente e curiosa, e como eu solitária. Desde pequena vagou sozinha, sem família. Quando o sol nasceu ela se escondeu comigo em uma caverna, e desde então ela me seguiu como uma sombra. Havia algo estranho nela, eu sentia algo diferente, e só descobri o que era sentimento quando ela m contou. Milena era uma Vampira Negra.

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