15.0 Logan/Sara

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Ela só pode estar de brincadeira comigo.

Me afasto sem fazer alarde e, como desculpa pro desconforto, me estico pra pegar minha bebida sobre a mesa. Noto que a minha garrafa está vazia e agradeço a Deus por ter um motivo pra sair daqui pelo pouco tempo que seja.

Estou abrindo o refrigerador na cozinha do Eric quando sinto alguém entrar quase silenciosamente no cômodo atrás de mim.

Me viro achando que é um dos caras, mas me xingo mentalmente por não suspeitar da garota.

Eu a encaro com desprezo e me encosto no balcão as minhas costas, dando uma golada na minha cerveja.

Ela se aproxima devagar enquanto passa os dedos pela coxa e levanta parte do vestido já curto. Olho pras suas pernas magras demais pro meu gosto e não preciso fazer força pro meu corpo não responder a ela.

Camille encosta na mesa de jantar bem a minha frente e termina de subir um lado do vestido, me mostrando uma tira da calcinha branca. Ela realmente acha que se oferecer assim vai me deixar com tesão?

— Está esperando o que? Pode vir... - ela morde o lábio inferior. - Eu sei que você quer.

Ergo uma sobrancelha com sarcasmo e vejo sua confiança ruir aos poucos em resposta a minha reação.

— Desculpe, querida. Você está me parecendo muito desesperada por um pau, não importa de quem seja, e isso definitivamente não faz o meu tipo. - sorrio de forma fria e superior pra ela antes de desencostar da bancada e sair da cozinha.

Lembro desse dia com detalhes, as coisas já estavam fodidas nessa época, a garota parecia já não se importar se Bryan estava a um cômodo de distância e isso estava começando a me preocupar.

No princípio ela só me olhava supostamente sedutora ou fazia piadas sugestivas sem que ninguém percebesse, mas as coisas passaram a piorar. Por fim ela me seguia onde quer que eu fosse e dava um jeito de encostar "acidentalmente" em mim.

A oferecida dava um jeito de que ninguém notasse a safadeza que ela fazia e eu tinha certeza que se eu tentasse sequer sugerir a possibilidade dela não ser quem diz, Bryan me mataria.

Então, eu esperei o momento certo pra desmascarar a vadia, esperei a jogada perfeita pra mostrar pra todo mundo o quanto ela era imunda, mas nada saiu como planejado, muito pelo contrário. Se eu apenas tivesse desconfiado do quão manipuladora a garota poderia ser...

Minha atenção é desviada de volta pras imagens a minha frente quando o receptor de calor corporal que coloquei na casa da Sara pisca na tela.

Permaneço sentado no quarto de hotel, observando as várias cenas de ângulos diferentes expostas no computador apoiado na mesa improvisada. Sara deve entrar no quarto logo logo...

Foco na câmera que coloquei sobre a cômoda que me dá uma visão melhor da porta do quarto. Vejo quando ela entra acompanhada do maldito ferrugem e caminha até parar de frente para a câmera.

Ela não olha nessa direção, apenas abre uma das gavetas e começa a se despir da jaqueta que usa.

O que essa maldita pensa que está fazendo?

Vejo quando desce o zíper das botas e retira uma de cada vez, abaixando com a bunda virada na direção do maldito parado atrás dela. A saia jeans sobe quando ela faz esse movimento e eu procuro nem imaginar a porra da visão que esse filho da puta está tendo.

Ela ficou louca, caralho?!

Percebo que estou apertando os punhos com força quando minha lata de cerveja agora totalmente amassada corta um dos meus dedos.

Meu Caos Nos Seus Olhos - Livro DoisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora