Sentimentos antigos doem

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Eram sete e trinta e oito da manhã. O sol entrava pela janela entre aberta, assim como o som dos carros passando pela rua.

Pines estava de bruços na cama de Cipher, sendo abraçado pelo mesmo. O loiro estava acordado vendo o rosto do outro, parecia um anjo de tão delicado.

Porém agora não tinha inocência.

Seus olhos fechados, a boca rosada um pouco aberta, seu nariz um pouco avermelhado.. Era tudo perfeito. Bill deposita um beijo na bochecha de Dipper e em seguida volta a dormir.

Mas por alguns segundos, logo em seguida a porta da frente abre. Passos lentos vão até o quarto, e aparece um azulado com algumas lágrimas no rosto.

— Puta mer... — Will iria gritar, mas logo tanpou a boca e correu para o banheiro vomitar.

Dipper acordou em um pulo, assustado ele olha para os lados cobrindo-se com o cobertor branco.

— Quem gritou? — Perguntou Pines corado, por estar nu ainda.

— Era só o Will, e acho que ele bebeu de mais outra vez. — Falou Cipher, enquanto procurava qualquer peça de roupa para se cobrir. — Vou pegar esse shorts estranho mesmo..

— E eu? — O moreno pergunta apontando para o cobertor.

— Você está lindo assim.

— Quero minhas roupas.

— Mas assim é tão natural e perfeito.

— Bill, eu tenho que trabalhar.

— Que pena, você está comigo. — Sorriu. — Ah, e você nem tem mais hora para ir.. São oito e..

— O QUE?! — Em um pulo (e enrolado no cobertor), Pines procurou suas roupas pelo quarto e as achou em vários lugares.

A sua blusa estava em cima da cômoda, seu shorts foram parar debaixo da cama e sua cueca estava no travesseiro.

— Na próxima vez, vê se joga minhas roupas num canto só...

Cipher abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Próxima vez? — Sorriu enquanto ia para perto do moreno enquanto o mesmo ia colocando a roupa.

Pines corou até as orelhas e abriu um sorriso sem jeito.

— E-eu quis dizer.. Quis dizer... — O loiro interrompe beijando o menor. E na mesma hora, Will entra no quarto.

— Por que quando eu entro aqui vocês ou estão nus ou estão trocando saliva?

— Porque você adora ver isso, irmão. — Bill sorriu.

— Aham, claro.. — Revirou os olhos e depois disse. — Eu estou na merda.

— Por que? — Perguntaram juntos.

— Fui confiar de mais em uma pessoa e me fodi. — Falou encostando na parede e levando as mãos ao rosto e cobrindo. — Eu me odeio...

— Não diga isso Will! — Falou Pines.

— Você não estava atrasado para o trabalho?

— Ah, verdade! — Gritou. — Até depois Bill! — Em surpresa do maior, levou um beijo estalado em seus lábios. — Depois me conta isso, Will?

— Claro..

E Pines deixou a casa dos gêmeos correndo pela calçada apresado, mas mal sabia que só sair por aquela porta em vez de ficar com Cipher, estava indo para um caminho de dor.

Correndo ofegante, ele chegou em um táxi e tirou notas de seu bolso e entregou para o mesmo e disse para onde ir. Quando chegou, pulou para fora do táxi e correu para dentro da loja.

— Atrasado, Pines. — Disse Wendy, uma ruiva que trabalhava na loja com ele, só que na parte mais chata, atender clientes que só dizem "logo, logo te chamo, mocinha". — Stan vai te dar uma bronca.

— Eu sei... — O moreno disse cansado. E em seguida foi para atrás do balcão e o estômago dele ronca como se estivesse gritando de fome.

— Estou ouvindo isso de longe. — Wendy diz. — Trouxe um sanduíche a mais, quer?

— Por favor.

— Eu preciso de um taco de baseball cor-de-rosa! E é para ontem! — Alguém chegou gritando na loja, a ruiva olha para o moreno confuso.

— Vou atender. — Disse sem humor visível.

— Ok. — Pines disse, dando uma mordida no sanduíche que Wendy havia lhe dado. Ficou de costas para o balcão e se apoiou nele e continou a comer seu sanduíche.

[...]

Depois desse dia cansativo e chato de trabalho, Dipper estava na saída da cafeteria combinando algo com Cipher. Iriam se encontrar para passar o tempo juntos, bom, agora que a história deles começa.

E alguma termina, não é?

Com um sorriso bobo nos lábios, Dipper deixou a cafeteria. Bebia enquanto seguia para o parque encontrar Cipher.

Ah e em sua mente vinham momentos da noite anterior, foi algo tão maravilhoso para ele. E ao mesmo tempo constrangedor pensar que ele já tinha feito algo assim, era tão novo e.. Doía.

Ele sentia uma dor mais ou menos fraca, ou não, bem é confuso.

Distraído nas memórias da noite anterior, acabou esbarrando em alguém na entrada do parque e derrubando a mesma no chão pelo impacto.

— Ai me desculpe!! — Disse o moreno voltando a realidade. — Oh, Ty.. Desculpe. — Esticou a mão para ajudar Tyrone a se levantar.

— T.. Tudo bem, Dipper... — Tyrone responde pegando na mão de Pines e levantando. — Eu.. Ah, eu queria conversar com você.

— Ah? Comigo?

— Sim.

— Bom... — Dipper olhou para seu relógio e pensou que poderia ter algum tempo ainda para conversar com Ty sem que Bill o veja e cause um tipo de briga.

Por que? Porque Bill vai sentir ciúmes, obviamente.

— Dipper.. Eu queria conversar com você. — Tyrone disse. — Mas precisa ser em outro lugar.

— Ah..? Desculpe Ty. Eu combinei com Bill e...

O sorriso bobo que tinha nos lábios de Collins ia se desmanchando. Ao ver uma pessoa que amou profundamente ecolher outra, trocá-la por alguém melhor doía tanto.

Pense, ambos eram super importantes entre eles. Eles tinham uma conexão tão forte e única naquele tempo.. Mas tudo mudou, não foi?

Tyrone estava passando por dificuldades assim como Dipper. Mas um achou um novo amor, uma nova conexão, alguém muito melhor que Ty. Se Collins era o mundo de Pines, Bill agora é o universo inteiro.

Tyrone é apenas um pequeno planeta insignificante no meio de tantos. Ele é algo insignificante perto de Cipher.

Os pensamentos de Tyrone se juntaram em lágrimas e dor.

E estava lá, Tyrone chorando na frente de Pines. Suas lágrimas descendo descontroladamente pelas bochechas quentes e coradas do mesmo. Em um ato de puro desespero, implorando por um último contato...

Ty se aproximou de Dipper, as lágrimas ainda descendo descontroladas. Pegou a nuca de Pines e puxou para frente, empurrando seus lábios para os lábios rosados de Pines.

Um ato feito.

E um tapa recebido.

A mão de Dipper veio como um raio, a marca da sua pequena mão estava nas bochechas cheias de lágrimas de Ty.

тнє sтяıρρєя ∆ ᙖillÐipWhere stories live. Discover now