Escutou umas batidas de leve no vidro e olhou assustado, com medo que o 343 estivesse tentando o quebrar como iria reagir a uma coisa dessas? Ainda não tinha experiência alguma com ele. Mas eram apenas toques no vidro para chamar a atenção do menor.

Rafa olhou e viu o híbrido o olhando novamente com curiosidade e por um instante pensou ter visto alegria nos olhos do mesmo.

-Oi 343.- Sorriu para o ser que apenas o observava, como sempre fazia. As semanas foram se passando e Rafa sempre cuidava de 343 com carinho, uma coisa que nem seu pai e avô fez.

•∆•

-Muito bem, hoje faremos alguns testes com o híbrido.- Tuna dizia para um grupo de cientistas mais velhos que estavam na sala de controle, e Rafa estava sentado na cadeira, cuidando de tudo. -Vamos pegar algumas amostras de sangue para podermos pesquisar mais o seu DNA, com a tecnologia avançada de hoje em dia. Rafael por favor- o loiro pediu para o menor que abrisse a porta da jaula. Ficou nervoso. Aquela seria a primeira vez que apertaria aquele botão vermelho.

-Isso não é uma boa ideia...- Rafael sussurrou para Tuna, que apenas deu de ombro. 

-Só abra a porta, nós já fizemos isso várias vezes, é só atirar nele com um tranquilizador, agora abra sim?- Tuna o respondeu de forma direta e Rafa engoliu em seco. 

Apertou com lentidão.

A porta da jaula se abriu e alguns seguranças entraram primeiro e depois os cientistas com roupas especiais e equipamentos para se proteger caso alguma coisa aconteça.

Rafa observava tudo de longe como sempre, e viu o par de olhos escarlate em cima de uma árvore, encarando o grupo de cientistas entrando em sua jaula, e soube que não tinha gostado nem um pouco, apenas pelos seus olhos brilhando ao longe.

O híbrido pulou da árvore caindo de pé, e ficou numa posição de ataque, encarando o grupo de cientistas ali, conhecia muito bem todos eles, e os odiava, queria mata-los. Começou a rosnar avisando para os invasores saírem, mas não deu certo. Estava ficando nervoso e com raiva.

-Wow, ele está bravo não está?- Perguntou um dos senhores cientistas. -Claro que está... certeza que é boa ideia ficar aqui? Não é melhor vir outro dia ou pedir para outras pessoas?-

-Deixa de ser frouxo, estamos armados, qualquer coisa é só atirar.- Respondeu outro cientista.

343 se agachou e começou a correr na direção do grupo, todos se assustaram e ergueram as armas para o híbrido e atiraram, mas o ser conseguiu desviar dos tiros com rapidez e agilidade. Alguns homens correram de volta para a sala de comandos, onde estava Rafa de pé e observava aquilo com pavor. Nunca viu ele assim.

Atiravam mais e nada de algo acertar o híbrido, até que ele alcançou um guarda e num movimento rápido abriu a sua barriga,  fazendo os seus intestinos caírem para fora do corpo. O homem caiu no chão agonizando até finalmente morrer. 343 atacava todos e matava um por um, até os cientistas. Ele era realmente uma máquina mortífera.

Seus movimentos foram tão rápidos que nem mesmo os guardas tiveram tempo de reagir, parecia que o híbrido tinha sofrido um tipo de mutação ou ficado muito mais forte de um instante para o outro.

Rafael observava tudo aquilo pálido e de olhos arregalados de pavor. Um alarme foi disparado, fazendo eco em toda a área 15 e acordando Rafa para a realidade.

Depois de umas boas semanas cuidando dele, veria se finalmente tinha ganho a sua tão esperada confiança. Entrou correndo dentro da jaula para tentar ajudar o resto dos guardas e cientistas machucados que sobraram lá dentro.

-CORRAM PARA DENTRO DA SALA! - Gritou Rafa e os homens não perderam tempo.

Agora era a hora da verdade.

343 vinha correndo em sua direção, mas parou bruscamente ao ver Rafa - Para, por favor! Vai ser pior se continuar...- Disse ao híbrido com tristeza por tê-lo visto matar homens em sua frente.

O híbrido arrumou a sua postura e ficou reto. Com suas orelhas para cima, ele farejava o ar, e olhava profundamente nos olhos do pequeno.

-Eu posso parar...- Disse 343, fazendo Rafa ficar paralisado e pálido, o encarando com surpresa.

-Você sabe falar?!-

-Claro que sei, não sou homem das cavernas-

-E  por que você nunca falou comigo?- O híbrido deu de ombros -Bem, agora que eu sei que você fala, nós podemos ter uma conversa civilizada certo? Pare por favor! Não quero que eles façam algo com você, 343-  Dizia Rafa com calma.

-Leonardo- Disse o híbrido.

-Hm?-

-Meu nome é Leonardo.- Dizia avançando lentamente conforme Rafa recuava, ficando apavorado. -E eu não estou afim de parar.- Falou cada palavra lentamente para dar ênfase.

Correu e derrubou Rafa no chão, fazendo o mesmo dar um grito instintivo de pavor. Ele o olhava com os olhos arregalados e início de lágrimas em seus olhos.

Se aproximou mais de Rafa, que apertou os olhos em virou a cabeça para o lado, deixando o seu pescoço visível. O coração do castanho estava igual a um martelo abafado batendo muito forte em seu peito.

Sentiu seu pescoço sendo mordido e gritou de dor, aquilo doía, queimava, era agonizante. Sentiu cada veia de seu corpo começar a queimar, era uma dor latejante.

Colocou sua mão no pescoço e viu o mesmo sangrando, era uma mordida funda. Olhou para cima com dificuldade enquanto agonizava e viu o mesmo dar um sorriso ladino, e sua visão começou a ficar turva és escura. A última coisa que ele conseguiu pensar, foi nas linhas do relatório de Leonardo estava escrito "Veneno- Não se sabe a sua função, mas parece ser letal"

Tudo ficou distante e o som de tiros e pessoas gritando foi diminuindo, desmaiou.

Mas antes de perder completamente sua consciência, ouviu aquela voz bem próximo a si. -Não se preocupe, você não corre perigo.-

"Algumas coisas fantasiosas e fantásticas são achadas e outras são criadas"

A Descoberta 343 • ABO Mpreg Onde as histórias ganham vida. Descobre agora