Capítulo 9

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Benjamin POV.

Aconteceu, simplesmente aconteceu. Eu estava na minha, cem porcento dedicado ao trabalho, mas ela apareceu. Donna caiu de paraquedas na minha vida, com toda a sua essência, fragilidade e beleza. Ela era um conjunto de qualidades que eu jamais vi em alguém. Ela foi a única pessoa na vida que eu não precisei falar para demonstrar tudo o que estava sentindo e foi a única também que não precisou me bajular para que eu sentisse interesse. E eu definitivamente pulei o fato dela ser minha funcionária. Ainda bem que na Innova era permitido relacionamentos, aliás, eu era o Presidente e nunca quis nenhuma regra boba desse tipo.

Estávamos juntos há algumas semanas, mas estava mesmo difícil arranjar tempo para ficarmos a sós de novo. A praia foi uma exceção, já que minha agenda era pior do que agenda de médico. O que realmente me incomodava era o futuro. O que fazer sobre isso? Qual seria o próximo passo? E porque eu estava pensando nisso se estávamos juntos há pouco tempo? Deus, eu queria mais, isso era um fato.

Na praia ela confessou que estava apaixonada por mim e eu quase confessei o mesmo. Sim, eu estava completamente apaixonado por ela, mas eu queria esperar o momento certo para falar. Eu sou romântico sim, e muito. Quando eu me apaixono ou quando amo alguém de verdade eu me entrego de corpo e alma. Eu só me ferro, mas eu sou assim, fazer o que? Por isso só namorei uma vez na vida e ainda escolhi errado, o que eu tinha certeza que seria diferente com a Donna. Ela era a típica "escolha certa".

Eu também sabia que não ia ser fácil, não era apenas ela que enfrentava preconceitos, eu também enfrentaria assim que contasse ao mundo que estava namorando uma deficiente auditiva, mais precisamente uma surda-muda. Mas naquela altura dos meus vinte e seis anos e depois de já ter trabalhado para ter o meu próprio patrimônio sem precisar passar por cima de alguém, eu não dava a mínima para o que iriam dizer. Eu só estava preocupado com o que ela teria que enfrentar. Por isso eu estava cauteloso. Por isso eu queria esperar para colocar qualquer rótulo em nós.

A única coisa certa até aquele momento era: eu sou louco por ela, quero estar com ela, quero continuar com ela e quero um futuro com ela. Fato. E outra coisa, eu não suporto mais olhar para a cara daquele estagiário que vive dando um jeito de tocá-la e fazer gracinhas com a Donna. Porra! Mais um pouco e eu pediria a substituição dele. E por falar nele...

- Mackenzie, posso entrar?

Fixei o olhar naquela cara-de-pau e assenti.

- bom, amanhã você tem uma entrevista com a Forbes em Los Angeles, certo?

- não é o que está na agenda?

Ele engoliu seco e abaixou o olhar.

- ann, as suas passagens já estão no seu e-mail, eu já providenciei o check-in e a Emily também já tem tudo organizado para lhe acompanhar.

Enquanto ele falava eu batia a caneta na mesa, como quem está impaciente.

- e você ficará aqui com a Donna.

Ele me olhou nervoso e pareceu não entender o que eu quis dizer.

- é, acho que sim.

- Bruno, eu ainda não conversei com a Donna sobre isso, mas eu quero deixar bem claro que ela é minha namorada. Ela está em um compromisso sério comigo, então, eu acho melhor você parar de fazer gracinhas, de ficar conversando em Libras na minha frente como se eu não pudesse saber o assunto e parar, principalmente, de olhar pra ela como eu sei que olha.

- eu? olhando pra ela?

- eu? olhando pra ela?

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