CAPÍTULO QUATORZE

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— Mas, por quê? — pergunta Allan.

— Entre Nathaniel e Jason há uma grande diferença. Como que da água para o vinho.

— Jason... — tento segurá-lo, mas ele levanta-se.

— Não me encha o saco. Estou cansado de vocês, dessa família falsa que vocês representam. Juntos, não passam de um grupo de atores da vida real. — diz Jason derramando um copo com vinho sobre a mesa de vidro. Oh meu Deus!

— Jason, o que você está fazendo? — pergunta Nathaniel o encarando.

— Cala a boca marionete dos infernos. — levanto e o encaro. Todos estavam muito surpresos, minha mãe e meu pai então... perplexos.

— Jason... Se acalme filho. — falava Jenny.

— O que está fazendo? — pergunto quase aos sussurros.

— O que eu sempre quis fazer Ana. — diz ele me olhando.

— Você é ridículo. — diz Albert levantando-se também. Jason então o encara.

— Posso ser o que for, mas pelo menos eu não sou igual a você. — Jason empurra a cadeira com toda força, então ela colida contra a parede. — Pelo menos eu não sou parecido com você. — Jason sai e eu apenas baixo a cabeça.

Jason:

Deixo a casa com rapidez, com muito ódio, minha raiva era incontrolável! Hayley e Allan agora darão razão ao infeliz do meu pai, Nathaniel é melhor do que eu. Estou me sentindo um imbecil, fui vencido pela raiva, aqueles comentários que eu ouvi durante tantos anos.

— Jason!!! — era a voz de Nathaniel. Fico de frente para ele e nos encaramos — Como você pode fazer algo desse tipo na frente dos pais de Ana? — suspiro e baixo a cabeça.

— O que eu disse não é mentira. Por isso incomoda tanto.

— Isso é coisa de menino revoltado. Depois desse teatro, acha que Ana vai ficar com você? Você a decepcionou. — me aproximo mais de Nathaniel, apenas fecho o punho e o acerto no rosto com toda força e raiva que havia dentro de mim.

— O que está fazendo Jason?!! — grita Ana vindo na direção de Nathaniel.

— O que eu sempre quis fazer. — retruco. Ana me encara, a vejo então tocar o rosto de Nathaniel, o nariz dele começou a sangrar.

— Você está ficando louco Jason? Como pode ter feito isso? Por que fez isso? — pergunta. Vê-la preocupar-se com Nathaniel me deixa ainda mais irritado.

— Jason... você está fora de si! — diz Nathaniel. O empurro.

— E se você continuar falando merda eu vou terminar arrancando todos os seus órgãos. — Ana me encara.

— Acho que você realmente nunca poderá ser um bom homem Jason. Você é feito de sentimentos ruins. — diz ela de maneira firme, a encaro. Aquelas palavras são ouvidas e entram na minha mente como se cravassem uma faca dentro do meu corpo.

— Você tem razão Ana. Eu sou muito ruim. Não sirvo para você. Mas, ele? Esse babaca sim... Me deixem em paz. — dou as costas e em meio minuto eu já havia saído daquela casa no meu carro.

Se eu ficasse ali por mais um minuto correria o risco de explodir em vários pedaços, quanta raiva! Mas, não me arrependo de ter dito as coisas que disse, está mais do que na hora daquele velho engolir os comentários que sempre costumou fazer. Aquelas comparações entre Nathaniel e eu me cansavam e garanto que esta não é primeira vez que as ouço. No primeiro semáforo a ficar vermelho, no momento em que paro o carro, lágrimas caem do meu rosto, aquelas palavras de Ana martelam na minha mente e me deixam ainda mais irritado. "Acho que você realmente nunca poderá ser um bom homem Jason. Você é feito de sentimentos ruins." No fim ela está certa.

Ao invés de ir para o meu apartamento vou para um bar, me sento perto do balcão e peço várias e várias doses de uísque. Meus olhos estavam fixados naquela estante com várias garrafas.

— Oi Jason. — era Paige, a olho rapidamente e volto a tomar o meu uísque.

— O que você quer? Estou sem paciência para conversas idiotas. — então ela se senta ao meu lado. É uma atrevida.

— Aconteceu alguma coisa? Você está triste! — a encaro.

— E quem é você para dizer o que eu estou sentindo?

— Eu sou a mulher que mais te amou na vida. E tive a sorte de te encontrar aqui hoje. Eu conheço você melhor do que qualquer pessoa. — volto minha atenção para o copo com uísque.

— Jamais deveria ter me apaixonado, esse foi o maior erro que eu poderia cometer. Mais uma vez o mesmo erro.

— Ana? Não me diga que... terminaram? — a encaro.

— Por que eu deveria contar coisas a você Paige?

— Porque está morrendo de raiva, está triste e louco para desabafar com alguém. Não? — a encaro.

— Ok Paige. Estou com muita raiva de mim, de Ana... de ter me apaixonado novamente. E agora veja como eu estou, sentindo a mesma dor que eu senti quando você escolheu Nathaniel. — aquilo me faz bufar de raiva, mas ao mesmo tempo me tira um fardo das costas. Sei que estava contando isso a pessoa mais errada possível, mas eu tinha que contar a alguém.

— Quando a vi com você achei que ela realmente te amasse. Mas, notei que Nathaniel a olhava muito diferente, já imaginava que vocês dois gostavam dela. — a encaro.

— Você deve estar morrendo de rir por dentro. Novamente eu fui deixado para trás. Porque Nathaniel... sempre será o melhor. — Paige toca meu rosto de forma delicada, apenas silencio.

— Não Jason! Nathaniel é um boneco de corda que o seu pai comanda para todos os lados. Teoricamente ele é muito bom, muito correto... Mas, tudo não passa de teoria. Já você... — ela começa a acariciar meu rosto com o polegar.

— Eu o que?

— Você é intenso, não vive escondendo quem é. E não deve. — retiro a mão dela do meu rosto. — Ana deve estar confusa. Mas, tenho certeza que ela gosta de você... também. — Também? É uma pena que eu não possa jogar aqueles copos e aquela garrafa contra a parede, se pudesse o faria.

— Odeio hipocrisia Paige. Me deixe em paz sua maldita. — retruco a encarando.

— Diz isso por que um dia eu escolhi Nathaniel... Mas, eu me arrependo muito Jason. Não sabe quantos anos eu passei pensando em você, você não tem noção! Tinha muito medo e voltar e ser rejeitada por você, não sabia se suportaria sua rejeição... Mesmo que você me ache uma hipócrita, eu não teria motivos para falar mentiras. Não tenho mais o que ganhar com mentiras. — diz ela lacrimejando.

— Voltou para que? — Paige baixa sua cabeça.

— Com uma ilusão de que voltaria com você em algum momento... Mas, o nosso primeiro encontro me mostrou que não. Que você ama Ana. — levanto do banco que estava.

— Tudo isso não me comove. Não acredito em você Paige. — a deixo sozinha, porém Paige me persegue, maldição!

— Jason! — grita vindo atrás de mim. A encaro. — Se precisar de mim, estarei disponível. Mesmo que me odeie, eu não te negaria nada. Muito menos um ombro amigo. — ela me entrega um papel com seu número de telefone. Que merda!

— Não precisarei. Mas, se deste modo me deixará em paz, tudo bem. — entro no meu carro e deixo o estacionamento do bar.

Dançando sobre o fogoWhere stories live. Discover now