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Aos poucos, abro minhas pálpebras e percebo que não sei aonde estou.Escuto uma voz baixa e giro o meu pescoço, a procura de alguém. Minha mãe está ali, comigo. Ela grita alguma coisa, mas os meus ouvidos estão sensíveis demais para poder prestar atenção no que ela falou.

Passo as minhas mãos por onde eu estou deitada. É uma enfermaria, concluo ao presenciar a entrada de duas enfermeiras. O que será que aconteceu?

- Miga, você acordou!- Mharessa grita e eu finalmente consigo escutar alguma coisa.- Eu tive muito medo que acontecesse alguma coisa com você! Foi tudo culpa minha, eu não deveria ter te puxado daquele jeito!

Fecho os olhos por alguns instantes, tentando entender as suas palavras. A escada. Eu cai da escada rolante. Que mico! Levanto uma das minhas pernas, para ver se elas estão bem. Elas doem muito.

-Foi muito feio a queda?- Pergunto baixo, mas o suficiente para elas escutarem.

- O shopping todo parou pra ver. Pensando por um lado, foi até engraçado. Mas, sério, eu fiquei muito preocupada. A sua mãe chegou no shopping pilhada!-Disse a Mharessa, tocando no meu braço.

- Eu estou bem?

- Tirando esses pequenos machucados e a dor na perna, não! Valentina, você tem que prestar atenção! Se você cair sozinha naquele navio, eu não vou estar lá pra te ajudar!- Minha mãe diz, preocupada.

- Eu quebrei alguma coisa?- Pergunto a uma das enfermeiras que chegam para perto de mim, verificando minha perna.

- Não. Você não quebrou nada, daqui há alguns minutos você já pode ir para casa.

Depois de verificar as minhas pernas e o meu corpo, a enfermeira sai da pequena sala em que estou. Por alguns segundos, todas ficamos em silencio. Nossa, se a queda fosse um pouco mais feia, eu estaria incapaz de ir para o cruzeiro e o meu sonho de conhecer o meu ídolo estaria indo por água baixo. Sorte. Eu não sei se rio ou se choro.

Para quebrar o silencio, Mharessa começa a mostrar a minha mãe as roupas que compramos, uma por uma. E os minutos passam num instante. Tenho sorte mesmo é de ter alguém como a Mharessa.

Depois de tudo pronto, saímos da enfermaria do Shopping Center. Nem sabia que tinha uma no shopping e espero não ter que voltar lá tão cedo. Minhas pernas estão avermelhadas e doloridas e preciso de ajuda de um segurança para me levar até o estacionamento.

As enfermeiras foram bem gentis comigo e até me deram uma bolsinha branca com gaze, soro fisiológico, Tylenol, e uma mini bolsa térmica gelada, que ajudou muito a diminuir a dor durante a ida até a minha casa. Antes de chegarmos, deixamos Mharessa na sua residência, que não ficava tão longe da minha.

Quando cheguei em casa, minha mãe me ajudou a subir as escadas do apartamento, já que os elevadores estavam em manutenção. Paramos por um minuto, enquanto ela procurava as chaves de casa.

- Filha! As chaves não estão aqui!- Minha mãe soca a porta, nervosa.

- Como assim? Não estavam com a chave do carro?

- Não, eu acho... eu tirei para trocar o chaveiro e deixei a penca de chaves na enfermaria. Vamos voltar para pegar.

- Não, está de noite! Mãe nós podemos chamar um...- Fui interrompida por uma voz feminina, que vinha atrás de mim.

- OI, MARTA!- Gritou a nossa vizinha, Anita.- Algum problema?

- Não, nós perdemos a chave e...

- PERDEU A CHAVE? MEU DEUS, SÓ FALTOU PERDER A CABEÇA.- Ela riu, junto com o marido que chegou por trás dela.

- O que houve com sua perna, mocinha?- O marido de Anita, o Clébson, viu que eu estava com uma bolsa térmica na minha perna.

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⏰ Last updated: Apr 22, 2018 ⏰

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Sobre o oceanoWhere stories live. Discover now