— Certo, e que garantia eu teria de que você está falando a verdade?

Scott me avaliou por alguns segundos, em seguida deu uma risada nasalada.

— Você é inteligente Srta. Higgins, sabe quando estão dizendo a verdade e quando estão mentindo.

Engoli em seco. Scott era bonito, mas quando falava em tom de sussurro era assustador.

Claro, obrigado pela dica.

— Disponha. —sorriu. — Agora se me der licença, seu chefe me espera.

— Tudo bem. —sorri. — Até mais Scott.

— Até mais, Charlotte. — falou meu nome lentamente e me lançou uma piscadela.

Meneei a cabeça e continuei a andar.

Mas que conversa foi essa? Por quê Scott havia me dito —em outras palavras— para não acreditar em Jonathan? Certo que até agora eu não acredito que ele não me levou para o hospital, eu acreditei nele, fiquei na casa dele, mas não entendo que motivos Jonathan teria para não me levar para o hospital quando fui atropelada.

Isso está começando a ficar estranho.

Cheguei ao lado da mesa de recepção onde Suzan estava, ela sorriu novamente e eu retribui.

— Charlotte, você está bem?

— Estou, claro. Por quê?

— Você me parece um pouco... aérea.— riu.

Dei uma risada nasalada e meneei a cabeça.

— São só algumas coisas que eu estava pensando, nada de importante.

Ela me olhou desconfiada mas deu de ombros em seguida.

— Nossa, você está perfeita, nem parece que sofreu um acidente.

Olhei para ela com o cenho franzido.

Será que todo mundo nessa empresa sabe que eu sofri um acidente?!

Eu acho que todo mundo já sabe que eu fui atropelada. —dei uma risada nasalada.

— Com certeza todo mundo sabe.

— Como assim? —franzi o cenho.

— Bom, o seu atropelamento passou na TV, e os paparazzis estão sempre rondando a empresa, são impossíveis.

O quê?! Como assim meu atropelamento passou na TV?! Mas que merda.

Ah, que droga. — passei a mão pelo rosto. — Porquê Jonathan não me disse isso?!

— Você não sabia?

Meneei a cabeça.

Suzan torceu a boca.

— Isso é um problema. —ela disse.

— Com certeza, mas vou resolver isso agora.

— Vai lá. — Suzan sorriu divertida.

Dei as costas e segui para o elevador, apertei o botão e esperei, entrei, e esperei o elevador descer até o penúltimo andar.

Quando as portas se abriram, o local era totalmente diferente. O ambiente era do mesmo tamanho, porém os móveis eram diferentes, os vidros não eram fumê como no andar de Jason, não havia um balcão de recepção, mas logo a frente, no mesmo local onde eu trabalhava havia uma mesa de mármore preto, embora não houvesse ninguém atrás dela. Eu sabia que ali havia uma secretária, pois haviam pilhas de papéis em cima da bonita mesa, contudo, dei de ombros e segui até a porta de seu escritório. Bati duas vezes. Relembrando o assunto que vim tratar com Jonathan. Respirei fundo. Bati novamente. Impaciente, não pensei duas vezes e abri a porta. Quando vi a cena que passou diante de meus olhos eu não sabia o que fazer, não sabia se dava meia volta e saía dali, não sabia se procurava um lugar para enterrar a minha cabeça ou se enfrentava aquela situação sem falar nada. Escolhi a última.

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