Caminhei até o salão Oval com pouca vontade, quase me arrastando, perdido em pensamentos desconexos e ansiosos. Olhei para os lados durante todo o caminho, sentindo um medo súbito, como se um alerta tivesse sido ligado em meu cérebro. Olhei de relance cada segurança pelos quais eu passei, imaginando se algum deles não trabalhava para a PNPA. As hipóteses que eu criava me deixavam desnorteado. Minha paranóia só aumentava.

Suei frio, caminhando pelos corredores, com um medo inexplicável tomando conta de mim. Ao chegar perto do Salão Oval, Laura estava digitando alguma coisa no computador. Olhei para a porta do Salão e suspirei ao lembrar que tudo havia acontecido ali.

Arrependi-me do momento em que achei aquela pasta. No entanto, sabia que não havia como evitar tê-la encontrado. Organizei, em minha mente, tudo o que precisava dizer a ele.

—Senhor Novak? –Laura me chamou

Sobressaltei-me ao ouvir meu sobrenome. Percebi que estava há alguns segundos parado, olhando para a porta feito um idiota.

—Posso falar com o presidente? –referir-me a ele com aquela alcunha era estranho agora

—Ele está na residência oficial, tirando umas horas de folga, comemorando o acordo com a Rússia. –notei que ela também estava eufórica com a vitória. O país inteiro estava.

Assenti com a cabeça e murmurei "Obrigado". Perguntei-me, ,mentalmente, se ela sabia, sobre Thomas e eu, me xingando por estar criando tantas paranóias. Não conseguia evitar, pois toda vez que conversava com algum funcionário daquele lugar aquela pergunta pairava na minha mente.

Retirei-me com passos lentos. Teria de ir até a residência oficial para conversar com ele. Tentei dizer a mim mesmo várias vezes que tudo daria certo, que Thomas e eu resolveríamos qualquer impasse com relação a nós, mas no fundo sabia que eu estava apenas me iludindo mais.

No meio do caminho resolvi passar pela sala de imprensa e arqueei as sobrancelhas ao escutar vários gritos de comemoração quando cheguei na porta. Algumas pessoas tomavam refrigerante em copos vermelhos descartáveis como se estivessem em uma festa de faculdade. Franzi o cenho, estudando os rostos que ali se encontravam, e perguntei-me onde estava Margot.

Virei-me, decidido a encontrá-la e perguntar se algo mais havia acontecido, mas não foi necessário, porque ela estava bem ali atrás de mim. De braços cruzados, vestindo um terno bordô, ela me olhou com uma expressão arrogante.

—Damien –ela devia estar se perguntando o que eu fazia ali.

—Olá Margot, –murmurei.- O que eles estão comemorando? –apontei com o dedo para dentro da sala

—Você não sabe? –ela arqueou as sobrancelhas e me olhou com desdém- O índice de aprovação do governo subiu para cinquenta e sete por cento.

Arregalei os olhos em choque. 57? Era mais da metade da população dos Estados Unidos. Ela aliviou um pouco a expressão desdenhosa do rosto e se permitiu sorrir de canto para mim. Percebi que no fundo Margot estava dando pulos de alegria.

—Tudo por causa do decreto?

—Isso e todas as políticas de cunho social e econômico do governo Klint.

—Fico feliz –sorri com sinceridade.- Me desculpe por ter falado daquele jeito com você ontem. –acrescentei

Eu sabia que não era eu quem deveria estar pedindo desculpas, mas resolvi tomar iniciativa, porque não queria ficar num clima chato com ela.

Margot arqueou as sobrancelhas, talvez que não esperasse que eu fosse dizer algo daquele tipo. Ajeitou o cabelo curto atrás das orelhas, um pouco desconcertada, e evitou meu olhar ao dizer:

O PresidenteTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon